1, 2 na Dança e outras atividades mais em Ipatinga

Projeto significativo para a cena da dança mineira e nacional, o 1,2 na Dança abriu as atividades festivas de seus 10 anos com uma série de atividades que movimentaram Ipatinga . O QG das atividades foi o Centro Cultural Usiminas, com espetáculos, exposições e lançamento de livro.

 A programação foi uma parceria entre o festival e a Híbridus Dança, que estreou quatro solos também comemorando dez anos de atividades. A programação incluiu trabalhos convidados, exposição Horizontes da Dança, com fotos de dança do fotografo, Guto Muniz e lançamento do livro 1000 Casas do Núcleo do Dirceu/PI.

Da Híbridus, dançaram os artistas criadores Luciano Botelho, Maria Cloenes, Rosângela Sulidade e Wenderson Godoi. Eles trabalharam com orientação/colaboração de Dudude Herrmann, Marcos Nauer, Marco Paulo Rolla e Marcelo Evelin. Entre os trabalhos convidados estavam Trensantontem, de Cibele Maia, Alívio, com Aretha Maciel e André Rosa, Não Lugar, de Aretha Maciel, além de Mono, com Marcelo Evelin.

– Este encontro foi uma contrapartida de um pequeno recurso que recebi da Usiminas no final do ano de 2012 através da Lei Estadual de Incentivo a Cultura de Minas Gerais. Na verdade, foi muito interessante, pois estamos fazendo 10 Anos e a Usiminas e a Hibridus foram nossos primeiros parceiros, a Usiminas de 2003 até 2008, e a Hibridus parceiros desde sempre. Estamos considerando então, como a primeira ação das comemorações dos 10 Anos e nada melhor do que estar junto com os nossos primeiros parceiros – explica Jacqueline de Castro, organizadora do 1,2 na Dança.

O formato e a proposta do 1, 2 na Dança são exercitados na execução dos solos pelos artistas da Híbridus.

– Esses solos celebram não só o sucesso, mas essencialmente as experimentações dos fracassos nesses 10 anos, por entender que elas foram mesmo as responsáveis por nos desestabilizar, perturbar e gerar as crises necessárias para provocar mudanças de direção e demarcar inaugurações nos caminhos dessa nossa história – diz Wenderson Godoi, da Híbridus.

 Na ótica de Jacqueline, os solos e duos nos quais o 1,2 na Dança vem apostando são uma necessidade do contexto de produção da dança contemporânea. Por isso, o festival se tornou referência nacional e internacional, preenchendo uma lacuna no mercado cultural.

 – A sensação é de que a necessidade desse formato é muito latente e o 1, 2 na Dança catalisou toda essa carência aliada a um produto executado com muita competência, que tem buscado diversas parcerias e apoios fundamentais para a sua realização – afirma.

Por isso, a programação e a proposta curatorial do festival para o segundo semestre já está em plena formatação.

– Queremos realizar uma edição que fale um pouco da trajetória de artistas que nestes 10 Anos descobriram um caminho e construíram uma história e que de alguma forma fazem parte da nossa história. Esta pessoa hoje tem muito a dizer e queremos abrir um espaço para escutar. A programação é formada na sua grande maioria pelos trabalhos que nos chegam. Claro que temos alguns convidados, mas a maioria será programada através deste edital. Sei que estamos muito em cima para tanta pretensão, mas 2013 é um dos anos mais difíceis para realizar eventos culturais não comerciais – analisa a produtora.

Segundo Jacqueline de Castro, entre os nomes que o 1,2 na Dança pretende reunir estão Vanilto Lakka, Morena Nascimento, Raquel Píres, Aretha Maciel, João Paulo Gross, o Hibridus, Carlos Passos, Rodrigo Quik, Letícia Carneiro, Bete Bastos e Paulo Caldas, dentre muitos outros.

– Estamos também em negociação com trabalhos do Irã, Israel, Espanha, Alemanha, Portugal e França. Teremos também uma residência com artistas da América Latina, México e Espanha coordenada por Dudude Herrmann – adianta a produtora.

Voltando a Ipatinga, vale ressaltar que, além de apresentar os novos rumos da dança contemporânea em trabalhos de palco, fotografias e publicações, a mostra buscou incentivar a participação de novos públicos. Para isso, o projeto cedeu parte dos ingressos para agendamento escolar.

O projeto, que contou com o patrocínio da Usiminas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e a parceira do Grupo Hibridus, homenageia também o Dia Internacional da Dança, comemorado no dia 29.