13º Enartci traz Eduardo Fukushima e Dorothé Depeauw

De amanhã até sexta a cidade de Ipatinga, em Minas Gerais, dá espaço à 13ª edição do Enartci, encontro de dança contemporânea realizado e idealizado pela Híbridus Cia de Dança. Trazendo este ano o tema “Dois passos pra frente, um passo pra trás”, o evento se coloca como um espaço de resistência, sempre buscando enfrentar “as ditaduras das contradições do mundo”.

Ao longo desses anos, o evento recebeu profissionais de diversas áreas, artistas, pesquisadores, doutores, educadores, projetos, universidades que estão desenvolvendo ideias e procedimentos na contemporaneidade para a dança, corpo, pensamento, comunidade, coletividade, desenvolvimento sustentável, ensino, tecnologia, entre outras, para debater questões universais, sistematizar estratégias de ação e de desenvolvimento junto à comunidade.

Nesta edição, o encontro traz três trabalhos: Da carne ao corte, parceria da Hibridus com o diretor Chain Gebber, que estreou no final do ano passado; Homem torto, solo do bailarino e coreógrafo Eduardo Fukushima, criado durante uma residência em Taiwan sob orientação do diretor da Cloud Gate Dance Theatre, Lin Hwai Min; e Quanto mais voce olhar para a mesma coisa mais o significado vai embora, da belga Dorothé Depeauw, hoje radicada em Belo Horizonte, que também ministra uma oficina, compartilhando algumas das ideias e práticas de seu processo de criação para este solo.

Da carne ao corte fala da adaptação do ser humano à vida em sociedade, abrindo mão da própria identidade pelo bem maior ou para garantir a própria sobrevivência. Brinca também com a ideia de “bicho-homem”, e fala da fragmentação do corpo em partes, segundo os criadores, “coração para a família, braços para o trabalho, cabeça para os desejos”.

Essa fragmentação também aparece em Homem torto, de Eduardo Fukushima, que busca neste solo uma dança de opostos, “como a dureza e a leveza, a fragilidade e a força, o estar perto e longe do público, o equilíbrio e o desequilíbrio, movimentos fluidos e cortados, o dentro e o fora do corpo”.

Dorothé Depeaux, por sua vez, vai questionar e propor novas relações de proximidade com o público, que tem na obra a autonomia de dar sentido, agir ou não agir, quebrando a distância entre espectador e artista que ocorre muito nas artes cênicas. Não somente a distância física, mas aquela continuamente instituída onde é o artista que ensina e o público que recebe. “Aqui não se ensina nada”, diz a artista.

A abertura é amanhã, dia 6 de abril, às 20h, com Homem torto, de Fukushima, no Teatro do Centro Cultural Usiminas, e na quinta e na sexta, as apresentações de Quanto mais você olhar… e Da carne ao corte, serão no Teatro Zélia Olguin. Mais informações podem ser obtidas no site da Hibridus.

 

Enarcti 13ª edição

Dia 6 de abril

Das 14h às 17h
Oficina com Dorothé Depeauw
Espaço Hibridus
Av. 28 de Abril, nº 621, sala 402, JG Shopping, Centro
Tel.: 31 3821 3513
Participação gratuita, com inscrição prévia pelo site do evento
Classificação: 14 anos

Às 20h
Homem torto
Teatro do Centro Cultural Usiminas
Av. Pedro Linhares Gomes, nº 3.900, Horto
Tel.: 31 3822 3031
Classificação: Livre

Dia 7 de abril

Às 20h
Quanto mais você olhar para a mesma coisa mais o significado vai embora
Teatro Zélia Olguin
Av. Itália, nº 1.890, Cariru
Tel.: 31 3825 1670
Classificação livre

Dia 8 de abril

Às 20h
Da carne ao corte
Teatro Zélia Olguin
Av. Itália, nº 1.890, Cariru
Tel.: 31 3825 1670
Classificação livre

Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada para estudantes, professores, menores de 18 anos, maiores de 60 anos).

 

[Foto: Eduardo Fukushima em Homem torto ©Rolex Awards/Bart Michiels]