9ª Bienal SESC de Dança acontece em Campinas

A nona edição da Bienal Sesc de Dança, que ocorre de 17 a 27 de setembro, apresenta, este ano, uma novidade: será realizada em Campinas e não mais em Santos, como vinha ocorrendo, desde 1998.

Segundo Danilo de Santos Miranda, diretor regional do Sesc, do Estado de São Paulo, a transferência se deu com o objetivo de equilibrar as ações entre os municípios atendidos pela instituição. A unidade de Santos já realiza, a cada dois anos, o MIRADA, festival ibero-americano de artes cênicas. Campinas foi escolhida, entre outros motivos, para ser a nova sede da Bienal de Dança, por ser a terceira cidade mais populosa do estado, com facilidades como proximidade à capital e aeroporto municipal, e é onde está localizado o segundo curso de graduação em dança mais antigo do país, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fundado em 1985.

A curadoria não circunscreve um tema ou questão para alinhavar todas as obras que compõem a programação, como ocorria nas primeiras edições, que propunham eixos como “O corpo brasileiro” (edição de 2004), “Memória que se inscreve” (edição de 2006) e “Conexões” (edição de 2009) – para acessar as páginas da internet dessas e de outras edições da Bienal Sesc de Dança, clique aqui.

Cláudia Garcia, gerente de ação cultural, do Sesc-SP, afirmou durante o lançamento do evento, que ocorreu na quinta-feira (28), na Arena do Sesc Campinas, que a equipe de curadores – composta por ela, Marcos Villas Boas (técnico de programação do Sesc Santo Amaro), Thiago Aoki (Sesc Campinas), Liliane Soares (Sesc Santos) e Alejandro Ahmed, diretor do Grupo Cena 11 (SC) – se guiou pelo objetivo de entender o que é a produção recente em dança contemporânea. Por “contemporâneo”, Cláudia entende que é aquilo “que fala da nossa condição hoje”.

“Recebemos 550 inscrições de grupos nacionais e internacionais. Do Brasil, o maior número de inscrições veio do sudeste, nordeste e sul; o menor número veio das regiões norte e centro-oeste.”, informa Cláudia. As propostas foram selecionadas por meio de edital e por convites. O público irá conhecer trabalhos de grupos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Maranhão e Bahia. As atrações internacionais vêm da França (Olivier Dubois, que é quem irá abrir a Bienal com “Tragédia”, e Christian Rizzo, “A partir de uma história verdadeira”), Portugal (Victor Hugo Pontes com o infantil “Cair” e o adulto “Fall”), Argentina (Luís Garay, com “Futuros primitivos”) e Uruguai (Tamara Cubas, com “Multitude”).

A programação, cujo investimento foi de, aproximadamente, R$5.000.000,00, está dividida em cinco eixos: espetáculos (adultos e infantis), intervenções, instalações, ações formativas (mesas e debates, oficinas, workshops, residências e blogues) e lançamentos de livros.

Do eixo “espetáculos”, destacam-se a “Ocupação Wagner Schwartz” (MG/SP/FR), que concentra quatro obras do percurso de criação do artista, e a “Mostra performática bizarra”, com obras de Gustavo Bitencourt (PR), Erivelto Viana (MA) e Ricardo Marinelli (PR), que questionam o padrão heteronormativo de gênero. A uruguaia Tamara Cubas, a companhia austríaca Willi Dorner e o baiano Fernando Lopes, terão como elenco de suas apresentações artistas locais, que integram as residências que irão ministrar.

Entre os blogues, que acompanharão a programação da Bienal, estão o 7×7, que já havia feito parte da edição anterior da Bienal, em 2013, concebido por Sheila Ribeiro, coordenado por Rodrigo Monteiro; “Precisa-se público”, coordenado por Cláudia Müller e Clarissa Sacchelli; e Discoreografia – Música, Dança e Blá Blá Blá, um programa de entrevistas em formato web-rádio, apresentado por Elisabete Finger.

Dentre os lançamentos de livros, destacam-se “Dando corpo à história”, escrito pela professora e pesquisadora do Instituto de Artes, da Unicamp, Holly Elizabeth Cravell, “Leituras do corpo no Japão”, escrito pela pesquisadora e professora da PUC-SP, Christine Greiner, e “Corpo e cognição”, organizado pela pesquisadora e crítica de dança Helena Katz e Christine Greiner, uma publicação com artigos cuja discussão tangencia a teoria Corpomídia.

As apresentações irão ocupar espaços da unidade Sesc e da cidade de Campinas, como o Museu da Imagem e do Som, a estação rodoviária, Teatro Municipal José de Castro Mendes, Torre do Castelo, Unicamp, e outros.

Os ingressos já estão disponíveis para venda, pelo portal da internet e nas unidades do Sesc São Paulo. Os ingressos dos espetáculos infantis, serão vendidos apenas nas bilheterias. A programação completa, está disponível aqui.

Foto: Tragédia (C) Christophe Raynaud de Lage

SERVIÇO

BIENAL SESC DE DANÇA | 2015

Dias: de 17 a 27 de setembro

Local: Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim) e outros espaços da cidade.

Horários: Diversos

Ingressos à venda a partir de 28 de agosto, em todas as unidades do Sesc do Estado de São Paulo e no Portal sescsp.org.br. Os ingressos online estarão à venda, enquanto houver disponibilidade, até duas horas antes do início do espetáculo. Os espetáculos infantis terão venda apenas nas bilheterias das unidades do Sesc. Nesses espetáculos, crianças com até 12 anos não pagam ingressos.

Atividades apresentadas ao ar livre poderão ser alteradas ou canceladas em caso de variações climáticas que prejudiquem sua execução.

Curso de graduação em Dança, da Unicamp, foi criado em 1985.

Escola de Dança, da UFBA, foi criada em 1956.