A maturidade do Novadança | The maturity of Novadança

O Festival Internacional da Novadança promoveu em julho a sua 11º edição expandindo o território de sua atuação para além de Brasília, desenvolvendo parte de sua programação no Rio de Janeiro e em São Paulo. O evento, idealizado pelo bailarino e produtor Giovane Aguiar, teve início em 1996, com o nome de Zona Aberta para o Movimento. Após dez anos de existência, o Festival parte em busca de novos caminhos para disseminar o New Dance (Nova Dança) no Brasil, dinamizando e ampliando suas ações.

Ao longo de sua trajetória se firmou como um ponto de intercâmbio muito importante para os artistas brasilienses, trazendo para a cidade coreógrafos e professores que são referência no mundo da dança. Dentre os convidados podemos citar Lisa Nelson, parceira de Steve Paxton, que esteve no festival ainda em seus primórdios, em 1998. Em 2005, a coreógrafa e solista, Hisako Horikawa ministrou um curso no Festival. A artista teve contato na década de 80 com Tatsumi Hijikata (fundador do Butoh) e trabalhou com Min Tanaka e sua companhia, Mijuku, durante 20 anos. Howard Sonenklar, Daniel Lepkoff, Mark Tompkins, Katie Duck, Ray Chung, Cathie Caraker, Jerôme Bel, Alito Alessi, Emery Blackweell, Bill Young, Aléxis Eupierre, Sylvain Prunenec são outros exemplos de artistas que passaram pelo festival.

O Festival Novadança atinge sua maturidade visando novos espaços, novos públicos, intensificando o intercâmbio. A realização do evento em São Paulo e no Rio de Janeiro comprova essa disposição. Uma iniciativa importante do ponto de vista de circulação, pois permite que os artistas trazidos de fora possam transitar por diferentes cidades, e oferece mais um circuito para os trabalhos brasileiros. Segundo Giovane Aguiar, esse novo formato deve se manter nas próximas edições. A empreitada, entretando, só foi viabilizada com a chegada de recursos da Petrobras.

A programação teve início no dia 5 de julho, em São Paulo, e terminou no dia 16 em Brasília. Os espetáculos apresentados foram: Prestidigitaccions, criação de Jordi Cortes Molina, da companhia espanhola Alta Realitat (São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília); Som Lido no Sono do Sol, do brasiliense Édi Oliveira (São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília); K par K, com o francês Karim Sebbar (Rio de Janeiro e Brasília); E eu disse, solo de Letícia Sekito (São Paulo); Na planície, logo montanha, aparece o mar…, do grupo mineiro Benvinda, uma criação de Dudude Hermann (Brasília). As apresentações aconteceram nos Centros Culturais da Caixa Econômica, que há anos tem uma parceria com o evento.

O “contato com o outro” sempre permeou as atividades realizadas dentro do evento. Um estímulo constante na troca de experiências e conhecimentos.Essa troca é feita não apenas na apreciação dos espetáculos, mas também com a criação de espaços de diálogo, sejam eles teóricos ou práticos. O Encontro de Criadores e Coreógrafos reúne os artistas convidados e coreógrafos da cidade para discutir sobre os processos de criação e o método de trabalho de cada um. As conversas entre a platéia e o artista, feitas após cada espetáculo, contribui na formação do público em dança e na disseminação de informações. Os workshops são a ferramenta prática da formação e reciclagem de dançarinos. Este ano foi realizada uma aula aberta com Jordi Cortes em São Paulo e em Brasília, e um curso com Laura Virgínia em Brasília.

A articulação das ações desenvolvidas pelo Festival aponta para a sua consistência. A ampliação do diálogo para outras cidades potencializou as ações de intercâmbio e disseminação de conhecimento no terreno da dança. A manutenção dessa rede de trocas pode resultar em bons frutos para a cena que ganhou mais um espaço de difusão de seus trabalhos. Este novo passo do Festival Internacional Novadança representa um desafio e uma conquista na produção de dança no Brasil.The Festival Internacional da Novadança (New Dance International Festival) promoted in July its 11th edition expanding its actions beyond Brasília, by showing part of its programme in Rio de Janeiro and São Paulo. The event, conceived by the dancer and producer Giovane Aguiar, had its beginning in 1996, with the name Zona Aberta para o Movimento (Open Zone for Movement). After 10 years of existence, the festival searches for new ways for disseminating New Dance in Brazil, by giving dynamism to and enlarging its actions.

Along its history, the festival has become a very important exchange meeting point for Brasília-based artists, bringing to the city choreographers and teachers that are reference in the dance world. Among the guests, we can name Lisa Nelson, Steve Paxton´s partner, who was at the festival at its early beginnings, in 1998. In 2005, the choreographer and soloist Hisako Horikawa gave a workshop during the festival. The artist had contact in the eighties with Tatsumi Hijikata (founder of Butoh) and worked with Min Tanaka and his company, Mijuku, for 20 years. Howard Sonenklar, Daniel Lepkoff, Mark Tompkins, Katie Duck, Ray Chung, Cathie Caraker, Jerôme Bel, Alito Alessi, Emery Blackweell, Bill Young, Aléxis Eupierre, Sylvain Prunenec are other examples of artists that have passed by the festival.

The Festival Novadança reaches its maturity looking for new spaces, new audiences, intensifying the exchange. The organization of the event in São Paulo and in Rio de Janeiro proves this inclination. An important initiative from the point of view of circulation, once its permits the foreign artists brought to the festival to transit by other cities and offers one more circuit for the Brazilian works. According to Giovane, this new format shall be kept in the future editions. The event, however, was only made possible with the funds provided by Petrobras.

The program started on July 5th, in São Paulo and ended on the 16th, in Brasília. The shows presented were: Prestidigitaccions, creation by Jordi Cortes Molina, from the Spanish company Alta Realitat (São Paulo, Rio de Janeiro and Brasília); Som Lido no Sono do Sol (Sound Read under the Sun Sleep), by Brasília-based Édi Oliveira (São Paulo, Rio de Janeiro and Brasília); K par K (K by K), with the French Karim Sebbar (Rio de Janeiro and Brasília); E eu disse (And I said…), solo of Letícia Sekito (São Paulo); Na planície, logo montanha, aparece o mar… (In plain, soon the mountain, we see the sea…), by the Minas Gerais group Benvinda, a creation by Dudude Hermann (Brasília). The presentations took place at the cultural centers of Caixa Econômica, an institution which has been holding for years a partnership with the event.

The “contact with the other” has always been present in the activities promoted during the event. A constant encouragement in the exchange of experiences and knowledge. This exchange is done not only in the appreciation of the shows, but also with the creation of spaces for dialogue, be them theoretical or practical. The Encounter of Creators and Choreographers (Encontro de Criadores e Coreógrafos) assembles the invited artists of the festival and choreographers from the city to discuss the creation processes and working methods of each one. The talks between audience and artist, conducted after each show, contribute to the formation of dance audiences and to the reclycling of dancers. This year an open class was organized with Jordi Cortes in São Paulo and in Brasília, and a workshop with Laura Virgínia in Brasília.

The articulation of the actions developed by the festival points to its consistence. The amplification of the dialogue to other cities has made more potent the actions exchange and dissemination of knowledge in the dance field. The maintenance of this network of exchanges can produce good results for the dance scene which has gained one more space for diffusing its works. This new step of the Festival Internacional Novadança represents then a challenge and a conquest for the dance production in Brazil.