Arte, palavras e cr?ca social | Art, words and social dissent

Este texto é oferecido em português pelo British Council.

Traduzido por Simone Guimarâes.

James Tyson exerce a função de Programador de Teatro no Chapter Arts Centre, em Cardiff, no País de Gales.
O texto que se segue foi apresentado pela primeira vez na mesa redonda de “Arte ao Vivo”, organizada sob os auspícios do Conselho Britânico, no Itaú Cultural, em São Paulo, em 31 de outubro de 2003.

Ao dirigir a palavra a você a primeira coisa que me vem é que a minha origem ?e um pa?muito pequeno, enquanto você formam um pa?muito grande.
A arte ao vivo ?ma forma de teatro muito localizada. Normalmente estamos nos referindo a apresenta?s feitas para plat?s muito reduzidas, em quartos, ruas, pequenos compartimentos, ou ent?a a?s ef?ras em espa? p??cos amplos que chegam a ter um p??co n?proposital de milhares de pessoas. O ato teatral se d?om freq??ia no pr??o corpo do artista, com ator e espectador mantendo c??os de conduta muito pr??os ao que pare?um comportamento considerado socialmente aceit?l ou normal, seja o corte de uma pele ou a proximidade de carne nua numa situa? social despojada de qualquer intimidade emocional.

A arte ao vivo pode ser vista como remontando a variadas culturas de performance, de hist?? da arte a ritual religioso, enredo cinematogr?co, teatro, tradi?s folcl??as, com a finalidade de atrair a aten?, sobretudo, para um sentimento de desconforto individual, que, de forma mais n?da, ponha em relevo a rela? do espectador e do ator com uma situa? social. Normalmente, isso diz respeito a um local espec?co ou a um determinado c??o de comportamento, pol?co ou social, que pode conscientemente levar as pessoas a alterarem sua mem?? subseq??e ou sua reflex?acerca do lugar ou de suas atitudes.

Gales ?m pa?no Reino Unido que tem uma l?ua pr??a de uma minoria e que possui uma hist?? social de consci?ia coletiva vinculada a um sentimento de lugar, seja nos vales de minera? da era p??ndustrial do sul do pa?ou nas terras agr?las e nas montanhas do oeste e do norte. ?um pa?no qual o Eisteddfod, o festival anual de can?s, poesia, m??a e dan?galesas, tanto tradicionais como contempor?as, constitui ainda parte intr?eca de uma cultura compartilhada de apresenta?s art?icas, juntamente com conjuntos de m??a (comuns a v?os lugares), ambos procurando romper com o isolamento de ?as rurais e urbanas.

A arte ao vivo brinca com uma certa posi? intervencionista na sociedade. Como tantas outras pr?cas art?icas, pode-se encar?a como engajada junto ?pequenas comunidades, formando opini?e articulando idiossincrasias sociais, conforme percebidas por indiv?os ou grupos. Pode dar vaz?a manifesta?s vigorosas, persuasivas e freq??emente divertidas que captam o sentido do fr?l no corpo humano.

Arte ao vivo pode ser o caso de Tehching Hsieh, um projeto de 13 anos de arte “invis?l”, no qual ele se prop?? n?expor sua arte em p??co. Pode ser observar a artista de Q??c, Julie Andree T., urinar seminua, em uma seq??ia de atos banais e de exig?ia f?ca, executados ao longo de tr?horas num pequeno espa?da sala da frente de uma galeria (1). Pode ser tamb?um grupo de pessoas se aglomerando para ouvir, no som abafado do r?o de um carro no estacionamento de uma ruela junto ?a?de Cardiff, o relato ao vivo do controvertido assassinato de uma prostituta (2). Pode ser, nas palavras do artista Bethan Huws, “algo para n?ser usado” (3).

O artista perform?co alem?Florian Feigl fez recentemente, em 2002, uma apresenta? denominada Bizarro Jesus (4), na qual ele, por tr?horas, cortava em linhas a superf?e de seu corpo, sentado num tapete acr?co de pele de leopardo, acompanhado de uma trilha sonora de jazz. Ch?ra servido aos presentes, acomodados sobre almofadas. Durante a apresenta?, slides de artistas do passado e do presente que trabalharam extensivamente usando o seu corpo como material, como Ron Athey, Joseph Beuys, Chris Burden, eram exibidos numa cr?ca hist??a a uma certa vis?ocidental do mart?o crist?como algo t?fr?l, talvez, quanto a imagem do sud?o de Turim, aqui novamente representada por um rosto molhado em toalhas de papel de banheiro.

Como devemos avaliar uma manifesta? de arte ao vivo? Pela hist?? da arte? Pelo seu impacto social? Pelo virtuosismo e habilidade no desempenho art?ico?

N?acho que se perca integridade nessas perguntas. Certamente, fazem parte do processo de encontrar o espa? o tempo e a a? certa para a arte ao vivo. At?esmo o filme foi um outro meio de instilar a presen?da arte ao vivo em uma trajet?? social diversa. E a performance ao vivo, em Imp?o, o filme de 8 horas de dura? de Andy Warhol (1964), talvez tenha sido uma das mais r?das.

Gostaria de fazer algumas perguntas sobre o tipo de trabalho que voc?desenvolvem. S?hist??s? S?dan? Can?s? Realizam atos de esfor?f?co ou criam situa?s de interatividade, por exemplo, de interatividade f?ca numa situa? face a face ao vivo ou num contexto tamb?ao vivo, mas digitalmente distinto em termos de espa?

O Chapter Arts Centre, em Cardiff, no Pa?de Gales, foi criado em 1971 e proporciona um local para os artistas se encontrarem e intercambiarem id?s e pr?cas num ambiente que ?sobretudo, interdisciplinar. Funciona o ano inteiro com uma programa? aberta ao p??co de cinema, arte ao vivo, teatro, dan? artes visuais e digitais e d?poio a artistas em in?o de carreira e a aqueles que s?inovadores reconhecidos, tanto no Reino Unido, como internacionalmente. Nesse ambiente em que prevalece essa justaposi? de modos e pr?cas do fazer art?ico, a arte ao vivo busca ainda um certo reconhecimento. E trata de assimilar experi?ias nesse espa? onde o sentimento de “estar ali presente” funciona como o investimento mais importante.

No ano de 2001, o Chapter Arts Centre apresentou uma mostra de arte contempor?a ao vivo, denominada Experimentica, em locais de exibi? internos e externos espalhados pela cidade. Em 2002 e 2003, essa programa? evoluiu para um evento anual de 5 dias de apresenta? de arte ao vivo e com base no tempo. Inclui cinema, som, performances, instala?s e arte em v?o de jovens e novos artistas, juntamente com outros mais experientes e de renome internacional.

Em 2001, o Chapter apresentou o Ledled 2001, um programa de dois meses de teatro, dan? som, arte visual e cinema, de artistas cuja obra traz uma inova? formal ao questionamento das culturas bil???do ingl?e do gal?no Pa?de Gales. Culturas e linguajares comumente segregados dos meios de comunica?, dos grupos sociais e da vida p??ca. Em 2001, o Chapter deu in?o a uma programa? de doze meses de instala?s, apresenta?s, palestras e eventos, denominada Argumentos para a cidade, que produziu uma reflex?sobre o papel do teatro na cidade. Isso incluiu acompanhar a caminhada do artista Simon Whitehead por ruelas de Cardiff, seguindo as pegadas registradas e ampliadas de um cavalo de tra? na zona rural (5). Tamb?os artistas Pearson / Brookes promoveram uma performance em que o p??co que comparecesse ao teatro era enviado, em pequenos grupos, para percorrer a cidade com c?ras de v?o e filmar cenas em clubes, bares, ruas e estacionamentos, canalizadas e projetadas em grandes telas no teatro, criando, assim, uma narrativa completamente d?ar dos tipos que se apresentam na cidade (6).

Em 2003, o Chapter apresentou o Theatrum Europa, uma programa? de dois meses de performances, debates e filmes, tomando a Europa como port?de acesso a culturas variadas de todo o mundo, tanto do continente como de fora. Nela se exibiram dois grupos de teatro e dan?da Nig?a e Cabo Verde, pa?s africanos, o artista perform?co belga Jan Fabre e o artista conceitual gal?Bethan Huws, com o filme intitulado Ion On(7). No ano de 2004, o Theatrum Europa abranger?m trabalho de resid?ia de tr?semanas do grupo de teatro experimental japon?Gekidan Kaitaisha (“teatro da desconstru?”), apresentando um projeto intercultural que focaliza a hist?? da ³ia no s?lo XX nesta era contempor?a de migra? e globaliza? (8).

A arte ao vivo pode ser vista como engajada no movimento hist??o de cr?ca social e art?ica em suas v?as manifesta?s culturais. No Reino Unido, ela se desenvolveu por meio de redes, de pr?cas art?icas interdisciplinares e de atividades independentes, patrocinadas tipicamente de modo incerto por indiv?os, ??os p??cos e agentes privados, em n?l local e internacional. De fato, o gradual mapeamento de pontos de contato aqui aponta pessoas, quest??e engajamentos pol?cos e ?ecess?o para uma pr?ca que tem-se desenvolvido ao longo do tempo, caracterizada pela pluralidade de indiv?os.

Eu estou ciente e envolvido com as diferentes preocupa?s e estrat?as que se cruzam no sentido de refor? e atribuir relev?ia ?nfra-estrutura cultural que trabalha e reconhece a arte ao vivo. Com bastante freq??ia, isso resulta em pensar: “Quem s?os artistas?”, como tamb?em estrat?as de identifica? e sele? de obras art?icas que estimulem, ao longo do tempo, a expans?de uma cultura da performance que permita a interven? em um contexto social de reconhecimento.

__________________________________________________________________
(1) A Trace Installaction Artspace, em Cardiff, aberta em 2000 pelo artista perform?co Andr?titt .
(2) Corpo de Provas (Body of Evidence), de Pearson / Brookes (1998), apresentada em Cardiff no F?? Aberto da IETM (Informal European Theatre Meeting). Corpo de Provas tratava de uma investiga? pessoal franca e controvertida dos fatos e provas que cercaram o brutal assassinato de uma jovem prostituta, em seu apartamento, no dia de S?Valentim, em 1988, e a subseq??e pris? encarceramento e liberta? de cinco negros locais.
(3) Cita? de Ion On, filme de 2003 de Bethan Huws, produzido pela Dieter e exibido no Chapter, em Cardiff.
(4) “Bizarro Jesus” (2002), uma cria? de Florian Feigl, apresentada na Experimentica 02, no Chapter, em Cardiff.
(5) Caminhos de Casa (Homings), cria? de Simon Whitehead, de 2002, apresentada pelo Chapter na G39 Gallery, em Cardiff (V. www.untitledstates.net).
(6) Polis (2001), de Pearson / Brookes, apresentada no Chapter, em Cardiff (V. http://mikebrookes.com/shame/polis.htm).
(7) A programa? do Theatrum Europa 02 incluiu apresenta?s como a de Il?i> (2002), pela Alajotas Dance Company, da Nig?a, de CV Matriz 25 (2001), pelo Raiz de Polon, de Cabo Verde, de Meus Movimentos s?Solit?os como os Vira-latas de Rua (My Movements are Alone like Streetdogs), pela Jan Fabre Company, e Ion On, cria? de 2003 do artista Bethan Huws. A quest?aqui era: “O que ? arte ao vivo na hist?? da ¦rica?”
(8) Regime de Sonhos (Dream Regime), a ser exibido em 2004, no Chapter, em Cardiff, produ? do Gekidan Kaitaisha em Cardiff e da Japan Foundation, com a colabora? de artistas interdisciplares e de membros da academia de Gales e do exterior.James Tyson is Theatre Programmer at Chapter Arts Centre, Cardiff, Wales, UK.
The following text was first presented at a “Live Art” round table at Ita??ltural, S?Paulo, on October 31st, 2003, organized by the British Council.

The first thing I am aware of talking to you, is that I am from a very small country, and you are from a very large country.
Live art is a very localized form of theatre. We are often talking about events that happen to very small audiences, in bedrooms, streets, small closets, or ephemeral actions in very public spaces that can have an unwitting audience of thousands.

The artists?body is itself often the site of theatre. With an actor and spectator observing codes of conduct very close to the surface of what is socially deemed acceptable or normal behaviour, whether it be the cutting of skin or a proximity to bare flesh in a social situation stripped of any emotional intimacy.

Live art can be seen to draw on diverse cultures of performance, whether of art history, religious ritual, cinematic storytelling, theatre, folk traditions for purposes that draw attention rather to a sense of individual displacement, that brings into a sharper awareness the spectator and the actor? relationship to a social situation. This is often concerned with a particular place or code of behaviour, politically or socially, that can perceptively alter one? subsequent memory or thinking of a place or act.

Wales is a country in the United Kingdom that has a separate minority language and that has a social history of a collective consciousness to a sense of place, whether in the post-industrial mining valleys of south Wales or the farmlands and mountains of the west and north. It is a country where the annual festival of traditional and contemporary Welsh song, poetry, music and dance, the Eisteddfod, is still intrinsic to a shared culture of performance, alongside music bands (in common with many places) trying to break a way out of isolated rural and urban areas.

Live art teases at a certain interventionist position in society. Like much artistic practice it can be seen to engage with small communities, form opinion, articulate social idiosyncracies as felt by individuals or groups. It can make forceful, persuasive and often playful expressions that capture a sense of the fragile human body.

Live art can be, in the case of Tehching Hsieh a 13 year “invisible” art project in which he proposes not to show any art publicly. It can be watching the Qu?cois artist Julie Andree T. urinate half naked as part of a series of banal and physically demanding actions performed over three hours in a small front-room gallery space (1). It can be a group of people crowding to hear the muffled sound of a car radio in a backstreet car park in Cardiff Bay transmitting an account performed live of the contested murder of a prostitute (2). It can be, in the words of the artist Bethan Huws “not to be used” (3).

The German performance artist Florian Feigl recently made a performance called Bizarro Jesus (2002) (4) in which over three hours he cut lines over the surface of his body sitting on an acrylic leopard skin rug with a jazz soundtrack. Tea was served, audiences sat on cushions. During the performance, slides of artists past and present who have worked extensively with the material subject of their body, such as Ron Athey, Joseph Beuys, Chris Burden were referenced in a historical critique of a certain western concept of Christian martyrdom being as thin, perhaps, as the Turin shroud image, here represented again by a wet face on paper dispenser tissues.

How do we consider a live action? In art history? In its social impact? In performance skill and virtuosity?

I don? think any integrity is lost in these questions. It is certainly part of finding the right place, time and action for live art. Indeed film was just another route in the distilling of live presence into another social path. And the live, in Andy Warhol? 8 hour Empire (1964) has perhaps never been so quick.

I would like to ask some questions, about the kind of work that you make. Are they stories? Is it dance? Song? Do you endure physical acts or create situations of interactivity; for example a physical interactivity in a live face-to-face situation or in a digitally displaced live situation?

Chapter Arts Centre in Cardiff, Wales (established 1971) provides a place for artists to meet, exchange ideas and practices, in an environment that is interdisciplinary. It operates a year round public programme of cinema, live art, theatre, dance, visual and digital arts and supports artists at the start of their careers and those who are established innovators either in the UK and internationally. In an environment that is interested in this layering of artistic practices and media, live art is rather a claim for a certain recognition. It also usefully recollects those experiences where a sense of “being there” is the most significant investment.

In 2001 Chapter Arts Centre presented a platform of contemporary live art called Experimentica at indoor and outdoor sites across the city. In 2002 and 2003 this developed as an annual 5 day event of live and time-based art. It includes film, sound, performance, installation, video art from new and young artists alongside more experienced and international practitioners.

In 2001, Chapter presented Ledled 2001, a two month programme of theatre, dance, sound, visual art and film by artists whose?work introduced formal innovation into a questioning of the bilingual cultures of the English and Welsh languages in Wales. Languages which are otherwise segregated in the media, social groups and public life.

In 2001, Chapter began a 12 month programme of installations, performances, talks and events that reflected on the place of theatre in the city, called Arguments for the City. This included following the artist Simon Whitehead walk a path through the back streets of Cardiff, following the amplified footsteps of a country work horse recorded in the rural country (5). Also artists Pearson / Brookes made a performance where an audience would attend the theatre, to be sent out in small groups across the city with video cameras to film scenes in clubs, bars, streets, car parks that were interrogated and projected onto large screens back in the theatre creating a disparate narrative of wandering performers across the city (6).

In 2003, Chapter presented Theatrum Europa, a two month programme of performances, talks, and films that considered Europe as a gateway to diverse cultures from across the world, both from within Europe and outside of it. It featured two theatre and dance groups from Nigeria and Cape Verde islands in Africa, the Belgian performance artist Jan Fabre and the Welsh conceptual artist Bethan Huws with a film called Ion On (7). In 2004, Theatrum Europa will include a three week residency by the Japanese experimental theatre group Gekidan Kaitaisha (“theatre of deconstruction”) making an intercultural project focusing on 20th century Asian history in a contemporary age of migration and globalization (8).

Live art can be seen to engage with histories of social and artistic dissent and its various cultural manifestions. Live art in the UK has evolved through networks, cross-disciplinary art practice and independent activities variously and typically uncertainly supported by individuals, public organizations and private sponsors, locally and internationally. Indeed the gradual mapping of points of contact, here, with people, in subject matter, in a political engagement, is necessary to a practice defined by a plurality of individuals that is developed over time.

I am engaged in the different concerns and strategies that interplay in developing a position of responsibility for a cultural infrastructure that recognises live art. Often this involves thinking of “Who are the artists?”, and often it is about the
responsive strategies in seeing and receiving artworks that over time develops a wider culture of performance that enables intervention in a social context of recognition.

(1) Trace Installaction Artspace in Cardiff, founded in 2000 by performance artist Andr?titt.
(2) Body of Evidence by Pearson / Brookes (1998) presented in Cardiff at the IETM (Informal European Theatre Meeting) Open Forum. Body of Evidence represented a frank and controversial personal examination of the facts and evidence surrounding the brutal murder of a young prostitute, in her flat on Valentine? Day 1988; and the subsequent arrest, imprisonment, and release of five local black men.
(3) Quote from Ion On (2003), a film by Bethan Huws, produced by Dieter, presented at Chapter, Cardiff.
(4) Bizarro Jesus (2002) by Florian Feigl, presented at Experimentica 02, Chapter, Cardiff.
(5) Homings (2002) by Simon Whitehead, presented by Chapter at G39 Gallery, Cardiff.
(6) Polis (2001) by Pearson / Brookes, presented at Chapter, Cardiff.
(7) The programme for Theatrum Europa 02 included performance works Il?i> (2002) by Alajotas Dance Company from Nigeria, CV Matriz 25 (2001) by Raiz di Polon from Cabo Verde, My Movements are Alone like Streetdogs by Jan Fabre Company and Ion On (2003) by Bethan Huws. The question here is, “What is live art in the history of Africa?”
(8) Dream Regime (2004) at Chapter, Cardiff, produced by Gekidan Kaitaisha, Chapter, Cardiff and the Japan Foundation including collaborating interdisciplinary artists and academics from Wales and other countries.