Brasília ganha nova mostra de dança

O calendário de festivais e mostras de dança Brasil afora ganha mais força esta semana. Reunindo trabalhos novos de companhias renomadas dentro e fora do país, o Movimento D estreia nesta sexta-feira (7/08) tendo como principal foco a formação de público. “Nosso objetivo é mostrar o que é dança contemporânea e suas possibilidades de linguagem para que o público, em seguida, procure a produção de dança local, que é muito boa”, explica a produtora da mostra, Lívia Frazão.

Seguindo essa proposta, os brasilienses poderão conferir os espetáculos Céu na boca, da Quasar Companhia de Dança, de Goiás; Gravidade Zero: movimento # 3, da carioca Andréa Maciel Companhia de Dança; e Meu prazer (foto), da Márcia Milhazes Companhia de Dança, também do Rio. Cada um dos trabalhos ocupará um fim de semana – de sexta-feira a domingo – do CCBB Brasília.

Céu na boca é o trabalho mais recente da Quasar e busca desenvolver movimentos mais intensos que característicos da companhia. É uma visão menos otimista da vida, ao mostrar que os sonhos muitas vezes não se concretizam (leia entrevista com o coreógrafo Henrique Rodovalho).

Atração da segunda semana do festival, Gravidade zero: movimento # 3, com a Andréa Maciel Companhia de Dança, propõe a mistura de linguagens – o trabalho mescla performance, videoarte e música ao vivo – para entender a relação entre o corpo e os diferentes espaços da realidade. O trabalho teve início no CoLABoratório 2007.

Encerrando o Movimento D, Márcia Milhazes mostra o poético Meu prazer. No palco, quatro intérpretes flertam com o imaginário do público e constroem uma estória a partir das experiências de cada um. O clima romântico fica completo com o cenário da artista plástica Beatriz Milhazes, irmã de Márcia.

Além dos espetáculos, o festival oferecerá duas oficinas gratuitas. Numa delas, Érica Bearlz vai abordar a formação técnica do corpo do bailarino contemporâneo, a partir da linguagem utilizada na Quasar, onde ela é bailarina e ensaiadora. Em A construção de um corpo-pensamento em constante renovação, Andréa Maciel reunirá exercícios de improvisação e composição para a construção de pequenas partituras coreográficas.

“Queríamos reunir três diferentes perspectivas da dança contemporânea atual e acho que conseguimos”, avalia Lívia, que também é bailarina da baSiraH e vê com entusiasmo o momento vivido pela dança em Brasília. “Há sempre dificuldades financeiras, de incentivos… Mas acho que isso vem melhorando. Pela primeira vez o Fundo de Apoio à Cultura (FAC, da secretaria de Cultura do Distrito Federal) está apoiando a manutenção de companhias. É uma outra forma de pensar a dança”.

Terreno tradicionalmente mais fértil para a dança, São Paulo também lança um novo evento no calendário anual. Começou na terça-feira (4/08) e vai até dia 16 de agosto a 1ª Plataforma Estado da Dança, uma parceria entre Centro Cultural São Paulo (CCSP), Pateo do Colégio e Teatro da Dança.

Serão apresentados 21 espetáculos – divididos entre os três palcos – e a programação também inclui mesas redondas sobre questões relacionadas à produção nacional de dança. A programação – com várias atrações gratuitas – pode ser acessada aqui.

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