Coletivo Lugar Comum apresenta nova versão de ‘Segunda pele’

Até 9 de maio, permanece em cartaz o espetáculo Segunda pele, na casa do Coletivo Lugar Comum, em Recife. A temporada vai contar também com duas apresentações nos dias 30 de abril e 1 de maio, com acessibilidade (audiodescrição e libras), seguidas de bate-papo entre artistas, público, audiodescritora e intérprete de libras.

O espetáculo, que estreou em 2012, aparece agora reformulado pelo Coletivo, a partir do desenvolvimento dos conceitos que o originaram.

Segunda pele traz à tona a relação das pessoas com as vestimentas, não só as roupas em si, o figurino, mas também vestimentas com outras simbologias como a casa, como vestimos o outro, etc. A obra remete a um pensamento de dança mais performático que atravessa por questões da dança contemporânea e trabalha uma dramaturgia cênica não linear onde as cenas acontecem simultaneamente em diferentes espaços, estimulando o público a percepção de um lugar mais sensorial.

“Nessa montagem construímos uma nova relação com os espectadores, num formato mais intimista, onde pudemos explorar melhor o espaço como potência coletiva”, explica a bailarina e pesquisadora Liana Gesteira, que assume também a concepção e criação do espetáculo juntamente às bailarinas Renata Muniz, Maria Agrelli e Maria Clara Camarotti.

Uma das inspirações do espetáculo é a teoria das 5 peles do arquiteto, ativista e artista vienense, Friedensreich Hundertwasser. “Para ele, a primeira pele seria a epiderme, pele mais próxima da nossa essência; a segunda seria a vestimenta, como passaporte social e como primeiro nível de distinção de homem do mundo; a casa atua como terceira pele; a meio social e cultural atua como quarta pele, agindo sobre a identidade individual e social; e a quinta e última pele seria a natureza, o planeta Terra. E nesta visão ampliada de pele, para além dessa do corpo, ele entende a casa, a sociedade e a natureza também como nossas peles”, conta Liana.

É justamente essa conexão com todas as peles que será vista na remontagem. Na primeira versão do espetáculo, as bailarinas trabalharam mais  a vestimenta, a segunda pele. “Agora, são outras percepções, com novas sonoridades, novos elementos e novos espaços que estarão em cena”, completa.

 

Segunda pele
De 16 de abril a 9 de maio
Sábados, domingos e segundas, às 19h
Casa do Coletivo Lugar Comum
R. Cap. Lima, 210 – Santo Amaro, Recife – PE
Tel.:(81) 99637-8010

Ingressos a R$20 e R$10 (meia entrada)
Classificação: 16 anos
(Apresentações com audiodescrição e tradução simultânea em libras nos dias 30 de abril e 1º de maio)