Em várias cidades, cultura encabeça movimentos pela saída de Temer

Ato realizado ontem, na cidade de Recife (PE)

Em diversas cidades brasileiras, artistas e profissionais da cultura têm liderado movimentos pela volta do Ministério da Cultura (MinC) bem como pela saída do presidente interino Michel Temer. Os movimentos tiveram início após o anúncio pelo Governo Federal da já prevista fusão do MinC e do Ministério da Educação (MEC) e a subsequente saída do ministro da cultura Juca Ferreira e do presidente da Funarte Francisco Bosco de seus cargos, nesta última quinta (12).

Na manhã seguinte (13), artistas de Curitiba ocuparam a sede do Iphan – Instituto do Patrimônio histórico nacional, instituição representativa do Ministério na cidade. Neste último domingo (15), a manifestação pela saída do presidente Temer, que teve início início no centro da cidade, encerrou em frente ao instituto.

Ontem (16) artistas ocuparam o Palácio Capanema, sede do MinC no Rio de Janeiro. Movimentos semelhantes aconteceram em Recife, Fortaleza, Cuiabá e Belo Horizonte. Estão previstos para hoje atos em Natal, às 14h, e em São Paulo, às 18h – nesta última, o encontro será no Teatro Oficina, conhecido espaço de resistência política durante os anos da ditadura militar.

#Foratemer e #mincresiste

Em comum, os movimentos têm não apenas a reivindicação pelo retorno do Ministério, mas o fato de não reconhecerem a legitimidade do presidente interino, e nos compartilhamentos relativos aos eventos, as hashtags #foratemer e #mincresiste aparecem lado a lado. Em manifesto divulgado pelos artistas de Curitiba, eles declaram: “Governo que não é eleito pelo voto direto é ilegítimo! Contra o golpe! Contra a extinção do Ministério da Cultura! Em defesa das políticas públicas de cultura!”

Na descrição do evento que deve se realizar em Natal nesta tarde novamente a reivindicação pela reinstauração do Ministério está associada ao não reconhecimento deste governo: “Queremos o MinC que construímos nos últimos 13 anos, a proposta de MinC que elegemos democraticamente nas urnas. Não reconhecemos esse governo golpista e não temos intenção de diálogo”.


[Capa: Ocupação do Palácio Capanema, na cidade do Rio de Janeiro.]