Esculturas vivas são mote para novo espetáculo da Cia Fragmento de Dança

A obra do artista Jason deCaires Taylor é o ponto de partida para o novo espetáculo da Cia Fragmento de Dança Porque somos mutantes, que estreou neste sábado, 28, em São Paulo. Sob direção de Vanessa Macedo, o trabalho foi inspirado na obra de deCaires, intrigante escultor britânico e criador do primeiro parque de esculturas submarinas do mundo, o Molinere Underwater Sculpture Park (Grenada, Caribe).

Taylor cria esculturas e as submerge no mar. Expostas embaixo d’água, suas obras são modificadas pela natureza, dia após dia. Porque somos mutantes busca por um corpo atravessado pela angústia e aceitação de sua impermanência. Para a criação do espetáculo, foram investigados alguns procedimentos utilizados por estátuas vivas a fim de entender o que se passa no contraste entre pausa e movimento.

“Porque somos mutantes convoca o elenco a lidar com a tarefa do indivíduo em grupo, organização, caos, necessidade de pertencimento. Transitando entre memórias e sentimentos, numa linha de tempo não linear, existe uma tentativa fracassada e persistente de encontrar os ‘eus’ que nos travestem”, conta a diretora Vanessa Macedo.

Sob a direção de Vanessa Macedo, a Cia Fragmento de dança, desde sua formação em 2002, desenvolve continuamente pesquisa e criação em dança contemporânea, na cidade de São Paulo. Ao longo dos seus 14 anos de existência, construiu uma linguagem estética autoral que investe na qualidade técnica, mas não abre mão de inseri-la num ambiente reflexivo e emocional.
Porque somos mutantes
Dias 2, 3 e 4 de junho
Horário: 19h
Local: Centro de Referência da Dança – CRD SP – Baixos do Viaduto do Chá s.n.
Capacidade: 70 pessoas
Duração: 45 min.
Classificação etária: 14 anos
Grátis – retirar ingressos com 1 hora de antecedência.

[Fotos: © Leo Lin]