FILE 2016 promete transpor fronteiras entre arte e tecnologia

Um dois mais importantes eventos de arte e tecnologia do mundo, o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – FILE, chega esse ano à sua 17a edição. A programação deste ano foi organizada para transgredir fronteiras entre as diferentes estéticas artísticas e entre arte e a tecnologia, segundo os curadores, Paula Perissinotto e Ricardo Barreto. A mostra vai até 28 de agosto, diariamente, das 10h às 20h, nos espaços do Centro Cultural Fiesp-Ruth Cardoso, na sede da Fiesp e do Sesi-SP, na Avenida Paulista, em São Paulo.

São 331 trabalhos, entre instalações, obras de realidade virtual, games, animações, videoarte, net art, arte sonora e performances, criados por artistas de 31 países. “O FILE se tornou um dos eventos culturais mais aguardados do ano”, diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Sesi-SP. “O festival é o lugar de encontro do público com a cultura e com as últimas novidades da ciência e da tecnologia”, completa.

Destaques

'Be boy Be Girl'. Divulgação.

‘Be boy, Be Girl’. Divulgação.

Uma das obras mais inusitadas da edição será protagonizada pelo grupo europeu Numen/For Use, que construirá durante oito dias uma instalação inspirada em uma enorme teia de aranha.

A Tape São Paulo convidará o visitante a caminhar por entre seus túneis suspensos, confeccionados com 32 quilômetros de fitas adesivas fabricadas especialmente para a obra, extrapolando o espaço da Galeria de Arte SESI-SP, chegando até a calçada da Avenida Paulista.

Esta será a primeira vez que o coletivo fará a instalação no Brasil. Outras versões foram apresentadas anteriormente em Tóquio, Paris, Berlim, Florença e Melbourne.

Outra instalação que promete inquietar o público é o experimento multissensorial em 4D Be boy, Be girl, dos holandeses Frederik Duerinck e Marleine van der Werf. Envolvendo visão, audição, tato e olfato, a obra põe em pauta a questão do gênero de um jeito diferente. Por meio de óculos especial, o visitante entrará em um cenário praiano podendo ver e sentir todos os elementos típicos desse ambiente. O inusitado da experiência, é que o visitante poderá escolher viver essas sensações no corpo de uma mulher ou de um homem.

Já a história do autômato hiper-realista Robinson, contada com a ajuda de um narrador oculto, faz parte do novo trabalho de Ting-Tong Chang (Taiwan), que investiga a história dessas máquinas e da mecânica de precisão, originários da Suíça, como um meio de explorar utopias e a própria sociedade.

Esta será a primeira vez que o FILE apresentará uma criação animatrônica (que utiliza os recursos da eletrônica e da robótica para dar vida a bonecos, muito comum no cinema) para o público paulistano.

A palavra “autômato” é usada frequentemente para descrever máquinas com movimentos, a exemplo das antigas caixas de músicas, que inspiraram o boneco animado do filme A Invenção de Hugo Cabret. No caso de Robinson, suas expressões faciais interpretam e reagem ao conteúdo sociopolítico do discurso do narrador.

 

FILE 2016 – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica,
com curadoria de Paula Perissinotto e Ricardo Barreto
Até 28 de agosto de 2016.
Diariamente, das 10h às 20h (entrada até às 19h40).

Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso
Avenida Paulista, 1.313 – Cerqueira César, São Paulo, SP
Entrada livre e gratuita.

FILE LED Show
Galeria de Arte Digital Sesi-SP (fachada do edifício)
Até 28 de agosto, das 19h às 6h.

Hipersônica no Fiesp/Sesi
Domingo na Paulista
Dias 17, 24 e 31 de julho e 7 de agosto (domingos)
Das 15h30 às 16h30.

 

[Foto de capa: ‘Video-Boleba’, de Celina Portella. Divulgação]