Grupo Experimental de Dança da Cidade: exercício de compartilhar | Sharing and experimenting: Grupo Experimental de Dança da Cidade

Depois de um tempo consumido pelo final de uma tese de doutorado, retomo aqui o espaço desta coluna, relatando a experiência que vem me parecendo decisiva no contexto da dança hoje em Porto Alegre: o Grupo Experimental de Dança da Cidade. A iniciativa, do Centro Municipal de Dança, da Prefeitura, completou recentemente seus 18 meses de “experiência” e, por ter estado na sua coordenação desde sua implantação, vou me permitir dividir um pouco esta experiência, que chega num momento de avaliação para determinar seu formato para os próximos anos e sua continuidade (sim, está sendo possível prosseguir, fator essencial para que alguma política pública possa fazer algum sentido).

Quando o projeto começou a ser pensando, em 2006, percebíamos que se estava perdendo a cada ano uma cultura de fazer aulas de dança diariamente, de se ter um treinamento contínuo e orientado. Muitos jovens que começavam sua formação faziam aulas esparsas, ou faziam aulas intensas por um curto período. Isso advinha tanto de uma certa carência de oferta de aulas sendo oferecidas num mesmo local de maneira permanente, quanto da dificuldade financeira de fazer aulas diárias. Muitos profissionais ofereciam uma turma aqui outra ali, tentavam “emplacar” num certo local, depois em outro. Centros de formação importantes tinham fechado ou estavam fechando, como o Coda, dirigido por Eva Schul, e Engenho da Dança, dirigido por Jussara Miranda.

Ao lado disso, tínhamos na cidade profissionais que historicamente revelaram sua competência aqui, no país e no mundo. Eva Schul, Maria Amélia Barbosa, Jussara Miranda, Nair Moura, Eneida Dreher, Luciane Coccaro, Luciana Paludo, Tatiana da Rosa, Cibele Sastre, Carlos Nunes, entre tantos outros criadores e pensadores que possuem um vasto repertório de conhecimento de dança. Estes profissionais, contudo, via de regra, trabalhavam dentro dos próprios grupos e companhias nos quais atuavam, ou tinham, no fator econômico, uma restrição para o acesso a suas aulas. Por outro lado, a capital ainda não possuía um curso de dança na universidade, nem um centro de ensino que congregasse estes profissionais, como foi, no início da década de 1990, o Centro de Formatividade em Dança.

O objetivo inicial não foi de resolver estes problemas todos, mas a eles oferecer uma alternativa. Foi então que começou a se desenhar a ideia de uma Escola Livre de Dança, tendo seu piloto no projeto de um Grupo Experimental de Dança. A ideia era de abrir tanto um espaço para formação em dança e para a experiência artística, como também para a política pública em dança, algo que ultrapassasse a mera realização de eventos. Ao lado disso acreditávamos no estabelecimento de um espaço para o encontro, para a troca e para a convivência.

Foi assim que nasceu o Grupo Experimental, com a proposta de formação gratuita, intensiva e complementar, buscando ser um pouco o espaço para essas lacunas e buscando se transformar num espaço valioso de encontro. Os alunos puderam contar com aulas de Eva Schul, Jussara Miranda, Tatiana da Rosa, Cibele Sastre, Luciane Coccaro, Luciana Paludo, Alexandre Rittman, Guto (capoeira), Daggi Dornelles, Karenina de los Santos, Silvia Canarim, Liane Venturella, Carlos Nunes, Bia Diamante, Didi Pedoni, Andrea Spolaor, Alessandra Chemello, Juliana Vicari, Fernando Faleiro, entre outros. Foi assim que fizeram parte do seu corpo docente artistas/professores, com ou sem diploma, mas com bagagem suficiente para provocar corpos e mentes. Enfim, de saberes fundamentais e necessários. E foi assim que no programa pedagógico do projeto buscou-se articular saberes, incluindo aulas de dança moderna, educação somática, improvisação, balé, capoeira, dança de rua, jogos teatrais, Laban/Bartenieff. Além disso, também foram realizadas, em parceria coma Sala de Cinema P.F. Gastal, da Usina do Gasômetro, inúmeras sessões comentadas de obras contemporâneas de dança.

E foi assim que passaram a se encontrar alunos vindos de tradicionais escolas de balé, jazz e dança de salão, integrantes de grupos de dança de rua ou do ventre, graduandos em dança e teatro, alunos da periferia, pós-graduandos em artes, enfim, gente que tinha muita vontade de saber de dança e de investir em dança. Um grupo que, na sua pluralidade de experiências, fez da dança um objetivo em comum. E daí, teve aluno que deu continuidade ao seu desenvolvimento técnico, teve aluno que largou outras graduações para fazer dança, outros que conseguiram bolsas para estudar no exterior, alunos que passaram a integrar outros grupos e companhias. Teve aluno que parou para pensar e aluno que pensou sem parar. Mas, acima de tudo, houve alunos que aprenderam que o território da dança se faz no trânsito por estas fronteiras, pelo investimento (e continuidade) na constituição de um espaço de saber e, também, de um espaço político.

Meu desejo aqui, mais do que fazer uma promoção do projeto, é dividir a etapa do percurso até aqui, seus objetivos, acertos, desvios, tentativas… O projeto-piloto começou em junho de 2007, com 20 integrantes, teve, na sua primeira fase 400 horas/aula, e resultou na montagem baseada na obra do cineasta italiano Federico Fellini, Follias Fellinianas. A proposta experimental conquistou plateias e crítica. O espetáculo abriu a Mostra de Dança Verão 2008 e foi convidado para encerrar dois importantes eventos do Estado, o XXI Dança Alegre Alegrete e o VI Dança Bagé, além de ter conquistado o público do Parque Farroupilha, fazendo intervenções na Semana de Aniversário da Cidade e comandado a cerimônia de entrega do Prêmio Açorianos de Teatro e Dança. Além disso, a montagem foi convidada para abrir a Mostra SESC Diálogos da Dança e realizou duas temporadas de casa cheia no Teatro Renascença, sendo aplaudido pelo crítico carioca Roberto Pereira, e fazendo o crítico Luiz Paulo Vasconcellos afirmar na Revista Aplauso que “se o que temos no palco é um acerto em termos estéticos e artísticos, os antecedentes revelam outros méritos, quais sejam, os de uma política cultural séria e consequente.”

Já nos seus primeiros 12 meses, o projeto do Grupo Experimental de Dança da Cidade pôde perceber resultados no âmbito da criação e da formação além das fronteiras do país. O bailarino Marcio Canabarro passou na audição e ganhou bolsa para estudar na Salzburg Experimental Academy of Dance (SEAD), na Áustria. Dois outros integrantes, Douglas Jung (hoje também na SEAD) e Luiza Moraes, foram selecionados para o projeto Incubadora de Novos Coreógrafos, promovido pela Gaia Cia. de Dança e estrearam suas primeiras produções. Vários integrantes fizeram parte da montagem de Follias Fellinianas passaram a integrar o elenco de outros grupos e companhias profissionais. Mas, acima de tudo, os resultados puderam ser aferidos na constituição técnica-estética-filosófica-política dos alunos, repletos de percepções e de “fichas caindo”, como vários alunos traduziam a sensação de passar pelo programa de aulas, de descobrir, de descobrir-se, de descobrir-se com os outros e de ter espaço e estímulo para experimentar. (algumas dessas impressões podem ser conferidas no blog).

Tal contexto exigiu o incremento do projeto. Em 2008, a primeira turma do Grupo Experimental prosseguiu trabalhando todas as manhãs, dividindo-se entre aulas e ensaios e, devido à grande demanda de interessados em participar do projeto, uma nova turma passou a funcionar no turno da tarde. Aos poucos também fomos agregando novos professores e perspectivas de trabalho. E inclusive novos criadores para trabalhar, como Luciana Paludo que criou com a turma de 2007 o espetáculo ou algo assim que me intrigue. A nova turma produziu a obra Eu me faço simples por você, por mim dirigida. Foi nesse período também que Diego Mac produziu nosso videocoreomentário (assista a um trecho abaixo), uma espécie de fórum, confessionário, depoimento, reflexão, crítica.

Em 2009, tínhamos duas turmas querendo prosseguir e muitos novos alunos querendo integrar o projeto. A ideia foi experimentar um formato quase universitário, não mais com turmas por turno. Foram oferecidas aulas nos três turnos e cada aluno deveria cumprir 15 horas. Com isso, pudemos ampliar o número de alunos para 60. Tudo isso, fruto de esforço de um orçamento minúsculo e de muitas parecerias, em especial com a Coordenação de Descentralização da Cultura, da Secretaria Municipal da Cultura, com a cedência de professores. Assim chegamos a 18 meses de projeto, com uma mostra realizada em julho, com trabalhos dos alunos e dos professores, em mais um momento de encontro e compartilhamento.

Não arriscaria dizer que os resultados são exclusivos do projeto, pois hoje o contexto do encontro e do compartilhamento vem fomentando esperanças na capital gaúcha, como na constituição do Coletivo 209, que pretendo detalhar num próximo texto; nos cursos de graduação em dança da UERGS, da UNICRUZ, da ULBRA; no Artéria – artistas de dança em colaboração; as reuniões dançantes do Terpsí; o projeto Daqui Dali (da Muóvere com o SOMOS – Ponto de Cultura LGBT); da Incubadora de novos coreógrafos, do Gaia; na atmosfera de colaboração que vem permitindo tantas trocas entre artistas de diferentes grupos e companhias. Mas enfim, o Grupo Experimental vem revelando possível essa alternativa de ação e somando nesse cenário.

No atual momento estamos avaliando o formato de 2010 com alguma bagagem e muitos desafios. Qual o tempo que um aluno deve permanecer no projeto? Turmas uniformes ou mistas? Aulas diversas por tempo curto, menos aulas por tempo prolongado ou um misto das duas coisas? Como administrar a continuidade? Como integrar professores e promover colaborações mais efetivas? Como criar um senso de responsabilidade com horários e frequência? Como administrar tudo isso com recursos apertados e uma equipe de duas pessoas e uma estagiária?

E no que poderá dar tudo isso? Dessa experiência pode, quem sabe, surgir uma companhia municipal, um grupo independente, vários grupos independentes, artistas/pesquisadores inquietos, colaboradores ativos, ou quem sabe, gente de dança que compreenda a pluralidade de saberes do corpo, da arte, da dança e pode ter posturas críticas e criativas sobre estes saberes. Qualquer que seja a alternativa, creio que o projeto estará cumprindo a sua função política e cultural, compartilhando coisas em comum no meio a tantas singularidades. Afinal, como já perceberam Michael Hardt e Antonio Negri na sua obra Multidão: “A mobilização do comum demonstra, finalmente, que os movimentos que fazem parte do ciclo global de lutas não são apenas movimentos de protesto (embora seja esta a face que aparece mais claramente na mídia), mas também positivos e criativos”. Experimentar formas de compartilhar. Esse talvez seja nosso maior, urgente e necessário desafio.

Assista abaixo a um trecho do videocoreomentário:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=5WSrfaq3uNw&feature=related[/youtube]

After some time wrapped up in the final stages of a PhD dissertation, I resume my column here, reporting on an experience that seems to be decisive in the context of dance in Porto Alegre: Grupo Experimental de Dança da Cidade. The project of Centro Municipal de Dança (“Porto Alegre Dance City Center”) just completed eighteen months of “experience” and since I coordinated it since its implementation, I allow myself to share a little bit of the experience that is reaching a moment of evaluation to determine its format for the following years (yes, it´s being possible to keep up the work, which is an essential factor for any public policy to make sense).

When the project was first conceived in 2006, we realized that each year we were losing the habit of having dance classes every day and having continuous and oriented training. Many kids that were starting their training had sparse classes, or had intense classes in a short period of time. This was due both to a certain lack of classes being offered in the same place in a permanent way and to financial difficulties to have daily classes. Many professionals offered a class once in a while, tried to “stick” to a certain place, then to another. Important training centers had closed or were being closed, like Coda, directed by Eva Schul and Engenho da Dança, directed by Jussara Miranda.
Besides, the city had professionals that had historically revealed their competence here, in the country and around the world. Eva Schul, Maria Amélia Barbosa, Jussara Miranda, Nair Moura, Eneida Dreher, Luciane Coccaro, Luciana Paludo, Tatiana da Rosa, Cibele Sastre, Carlos Nunes, among other creators and thinkers who have a deep knowledge about dance. However, these professionals usually work within their own groups and companies or have an economy restriction to the access to their classes. On the other hand, the capital still didn´t have a dance course in the university nor a learning center that would gather these professionals, like Centro de Formatividade em Dança had been in the 1990’s.

The initial idea was not to solve all these problems, but to offer an alternative. That´s when we started to conceive a Free Dance School, having Grupo Experimental de Dança as its pilot-project. The idea was to open a space for dance training and artistic experience as well as public policy for dance, going beyond merely producing events. On top of that, we believed in the establishment of a meeting point.

That´s how Grupo Experimental was born, as a proposal of offering free, intensive and complementary training, seeking to fill the voids and to become a valuable meeting place. The students could have classes with Eva Schul, Jussara Miranda, Tatiana da Rosa, Cibele Sastre, Luciane Coccaro, Luciana Paludo, Alexandre Rittman, Guto (capoeira), Daggi Dornelles, Karenina de los Santos, Silvia Canarim, Liane Venturella, Carlos Nunes, Bia Diamante, Didi Pedoni, Andrea Spolaor, Alessandra Chemello, Juliana Vicari, Fernando Faleiro, among others. That´s how artists/professionals with or without a diploma, but with enough background to stir up bodies and minds, became part of the faculty. Professionals, with essential and necessary knowledge. The educational program of the project aimed to articulate knowledge, including modern dance classes, somatic education, improvisation, capoeira, street dance, theater games, Laban/Bartenieff. Besides, many sessions of contemporary pieces followed by debates were held in partnership with Sala de Cinema P.F. Gastal at Usina do Gasômetro.

And that´s how students from traditional ballet, jazz and ballroom schools, members of street dance or belly dance groups, dance and theater graduates, students from the inner city, art post-graduates, people who had a great desire to know more about and to invest in dance. A group from very different backgrounds turned dance into a common goal. Then, there were students who continued their technical development, students who quit their graduations to pursue dance, students who received grants to study abroad, students who became part of other companies. Some students stopped to think and others kept thinking non-stop. But above all, the students learned the dance territory is made by the intersection of theses frontiers, by investment (and continuity) in the development of a space of knowledge and also a political space.

My desire here, more than just promoting the project, is to share its path up to this point, its goals, hits, misses, attempts… The pilot-project started in June 2007 with 20 participants and had 400 hours of classes, resulting in a piece based on the work of Italian filmmaker Federico Fellini, Follias Fellinianas. The experimental proposal was a success with the audience and critics. The piece opened Mostra de Dança Verão 2008 and was invited to close two important events in the state, XXI Dança Alegre Alegrete and VI Dança Bagé, besides winning over the public of Parque Farroupilha, doing interventions during the celebration of the city’s anniversary. Besides, the piece was invited to open Mostra SESC Diálogos da Dança and had two sold-out seasons at Teatro Renascença and was praised by critic Roberto Pereira at Jornal do Brasil and had critic Luiz Paulo Vasconcellos state at Revista Aplauso that “if what we have on stage is a hit in aesthetic and artistic terms, the background reveals other merits, those of a serious and responsible cultural policy.”

Already in its first 12 months, the Grupo Experimental de Dança da Cidade project could see the results in terms of creation and development beyond the country’s borders. Dancer Marcio Canabarro auditioned and won a scholarship for Salzburg Experimental Academy of Dance (SEAD), in Austria. Two other members, Douglas Young (currently also at SEAD) and Luiza Moraes were selected for the Incubadora de Novos Coreógrafos project, promoted by Gaia Cia de Dança and premiered their own first productions. Many members were part of the staging of Follias Fellinianas and became part of other professional groups and companies. But above all, the results can be seen in the technical-aesthetic-philosophical-political development of the students, full of reflections and insights, as many students translated the feeling of going through the class program and discovering, discovering themselves, discovering themselves with the other and having space and motivation to experiment (some of these impressions can be found at the blog).

Such context demanded an increase in the project. In 2008 the first class of Grupo Experimental kept on working during every morning, between classes and rehearsals and due to the great number of people interested in participating in the project, a new class was started in the afternoon. Little by little we also added more teachers and work perspectives. And also new creators such as Luciana Paludo, who created with the class of 2007 the show ou algo assim que me intrigue. The new class produced the piece Eu me faço simples por você, directed by me. Around that time, Diego Mac produced our videochoreomentary, a kind of forum, confessional, reflection, criticism.

In 2009 we had two classes wanting to continue and many new students wanting to became part of the project. The idea was to experiment a University-like format and no longer have classes. Three classes were offered in the morning, afternoon and evening and each student had to fulfill 15 hours. That way we could increase the number of students to 60. All that was a result work with a small budget and many partnerships, specially the Coordenação de Descentralização da Cultura (“Coordination of Decentralization of Culture”), of the City Culture Secretary, which borrowed teachers. Thus we reached 18 months of the projects, in another moment of encounter and sharing.

I wouldn´t dare say the results are exclusive to the project, because the context of sharing has been fomenting hopes in the capital of Rio Grande do Sul, like the creation of Coletivo 209, which I intend to detail in a text in the future; in the dance undergraduate courses of Uergs, Unicruz and Ulbra; at Artéria; in Terpsí’s Reuniões dançantes, in Grupo Gaia’s Incubadora; in the atmosphere of collaborations that has allowed so many exchanges between artists from different groups and companies. But after all, Grupo Experimental has been revealing this alternative is possible and adding to this landscape.

At the current moment we are evaluating the format for the next year with some background and many challenges. How much time should a student should spend in the project? Uniform or mixed classes? Different classes in a short time or less classes for a longer period of time or a combination of both? How to create a sense of responsibility with schedules and attendance? How to manage all of this with tight budget and a staff of only two people and an intern?

And what could result from all of this? Who knows, from this experience a city company could emerge, or an independent group, many independent groups, restless artists/researchers, active collaborators or maybe even dance professionals that understand the diversity of knowledge about the body, art, dance and can have critical and creative attitudes about that knowledge.

Whatever the alternative may be, I believe the project will be fulfilling its political and cultural role, sharing things in common amongst so many singularities. After all, as Michael Hardt and Antonio Negri stated in their book Multitude: “The mobilization of the common shows, finally, that the movements that are part of the global cycle of struggles are not just protest movements (although that is face that appears more clearly in the media), but also positive and creative ones.” Experimenting ways of sharing. This may be our biggest, most urgent and necessary challenge.

Watch an excerpt of the documentary about the group:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=5WSrfaq3uNw&feature=related[/youtube]