Inspirada em técnica de pintura, Juliana Moraes leva performance e instalação a Oficina Oswald de Andrade
Em Claro Escuro, espetáculo coreografado e interpretado pela bailarina Juliana Moraes, o contraste entre luz e sombra (na pintura conhecido como chiaroscuro — claro-escuro em italiano) é que desvenda os movimentos. Vestida com um figurino que permite se camuflar aos tons do cenário, inicialmente Juliana fica invisível aos espectadores, mas, aos poucos, seus movimentos começam a riscar o material e permitir que frestas de luz apareçam.
As ações do corpo acontecem sobre um tablado de 4m x 6m, formado por placas de vidro sobre suporte de pallets industriais, sob o qual se encontram inúmeras lâmpadas acesas, de diferentes formas e potências, assim como suas fiações. O vidro encontra-se coberto por grossa camada de material preto, que oculta totalmente a iluminação.
“Intenciona-se criar contrapontos entre o antigo e o contemporâneo: referência à pintura em claro e escuro (através da retirada do pó de borracha sobre o vidro, que remete às camadas da pintura à óleo); músicas antigas cantadas ao vivo, assim como entoações do dia a dia; a metáfora da luz contraposta à concretude da fiação exposta; o trabalho árduo do corpo que revela o espaço, mas, como resultado, extenua as forças”, conta a artista.
Os espectadores são convidados a assistir o trabalho em duas partes: inicialmente colocados ao redor do tablado, e, a seguir, guiados para as passarelas do segundo andar para ver a instalação de Geórgia Kyriakakis. Acompanhada ao vivo pelo cantor Laércio Resende, a montagem acontece na área de convivência da Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo, e fica em cartaz de 9 a 19 de maio.
Serviço:
Claro Escuro, com Juliana Moraes
De 9 a 19 de maio
Horário: Segunda a quinta às 21h
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – Área de Convivência
Grátis – Ingressos distribuídos com uma hora de antecedência
Duração: 50 minutos
Capacidade: aproximadamente 70 pessoas
[Fotos: © Cris Lyra]