‘Máquina de dançar’, de Maria Alice Poppe e Thereza Rocha, estreia em São Paulo

Resultado da parceria entre Thereza Rocha e Maria Alice Poppe, Máquina de Dançar une no mesmo espaço uma apresentação de dança, performada por Maria Alice Poppe, com estreia no dia 19 de fevereiro e sessões de sexta a domingo, e uma “quase-instalação”, como definem as artistas, que estará aberta para visitação de 20 de fevereiro a 6 de março, de terça a domingo.

O trabalho coloca o espectador como peça-chave, uma vez que a máquina entra em funcionamento quando ele percorre os espaços que compõem a instalação, mesclando dança, artes visuais e escrita.

Com a proposta, Thereza e Poppe celebram uma parceria iniciada há 20 anos, quando a Escola e Faculdade Angel Vianna chamava-se Espaço Novo. De lá, saíram para a Staccato Cia de Dança (hoje Staccato|Paulo Caldas) e, desde então, a parceria gerou outros trabalhos – o solo Código fonte, dançado por Poppe e com dramaturgia de Thereza e 3 Mulheres e um café: uma conferência dançada com o pensamento em Pina Bausch.

Máquina de Dançar resulta de questionamentos comuns às duas, sendo um dos principais a relação entre espectador e obra. “Isso de o corpo de quem dança ser contemplado em uma dramaturgia cênica contínua, como um todo, tem seus méritos, mas por que não operar apenas com partes desse todo, seguindo uma dramaturgia em que a dança aparece e desaparece como tal?”, questiona Thereza.

Tais questionamentos levaram-nas a caminhos acadêmicos complementares. O vídeo Dança dos ossos, exibido em um dos espaços de Máquina de Dançar, é fruto, por exemplo, do mestrado de Poppe em Artes Visuais. E o trabalho dialoga com diferentes pensadores. “Parafraseando Marcel Duchamp, a questão era como dançar e ao mesmo tempo evitar a velha forma de dançar”, explica Poppe, garantindo em seguida: “Nossa ideia foi indagar a coreografia, sem abrir mão da composição”.

A arquiteta Carolina Poppe integrou a longa fase de estudos de preparação e assina a direção de arte da instalação. A obra contou ainda com a colaboração de outros criadores como o iluminador Tomás Ribas e o compositor Tato Taborda, responsável pela sonorização.

 

Máquina de Dançar
Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93 – Pompeia, São Paulo
De 19 de fevereiro a 6 de março
Sextas e sábados, às 19h e às 20h30, e domingos, às 17h e 18h30.
Duração: 50 minutos
Capacidade: 60 pessoas
Ingressos: R$ 6,00 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$ 10,00 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$20,00 (inteira).
Classificação indicativa: 18 anos

[Foto: Leo Aversa]