Mostra Rumos segue até domingo

Depois de cinco dias e 12 apresentações, a Mostra de Processos Rumos Dança termina no domingo (14/03). Além das exibições – que mostraram diversas formas de obras em processo – o público também teve a chance de participar de três conversas, entre elas a que marcou o lançamento da base de dados Rumos Dança atualizada e do protótipo da Enciclopédia de Dança.

Nesta quinta-feira (11/03), as sociólogas Cibele Rizek e Liliana Segnini falaram sobre A arte como campo econômico e de produção artística. O artista como trabalhador. Liliana apresentou dados da pesquisa Formação e trabalho no campo da cultura: professores, músicos e bailarinos, que realizou para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em que observou mudanças importantes no mercado de trabalho da área cultural dos anos 90 para cá.

Um dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato de que apenas 12% dos bailarinos brasileiros estão inseridos no trabalho formal. Todo o resto está no mercado informal. “Não entendíamos de dança, então começamos a pesquisa pelos teatros públicos, quando o grosso está no setor informal”, afirma Liliana. “As relações de trabalho observadas na dança demonstram tanto a força quanto a fragilidade da arte. Força pois ele não desiste, não abandona seu trabalho, e fragilidade pois a arte ainda desrespeita muito as leis trabalhistas e o próprio artista”. A pesquisa comparou informações do Theatro Municipal de São Paulo com o Opéra de Paris – Palais Garnier.

Cibele partiu das informações e números apresentados por Liliana para falar da classe de bailarinos como um ‘laboratório de flexibilização’. “Ao aceitar precárias condições de trabalho acaba dilatando a dimensão do que é aceitável”, conclui.

O que ainda está por vir

Nesta sexta-feira (12/03), Carini Pereira, Mickael Ramos, Stéfanie Telles e William Freitas mostram Consequência do som. Dança contemporânea a partir do hip hop, às 15, no Teatro Coletivo; e às 19h tem a dobradinha Fictícios(foto), do Projeto DR, seguido de Parte de mim, de Rosa Almeida, no Centro Cultural São Paulo (CCSP).

Sábado, a programação começa às 13h, com a palestra Experimentação e pesquisa nos espetáculos processuais, que será conduzida pela professora Cecilia Almeida Salles e pelo pesquisador francês Christophe Wavelet. Em seguida, às 15h, haverá a exibição das cinco videodanças premiadas pelo programa Rumos Dança 2009-2010. Tudo no Instituto Itaú Cultural. A noite ainda terá a apresentação de Jimmy, the jungle beast, de Bernardo Stumpf, e de Transformers, de Thelma Bonavita, no CCSP, a partir das 19h.

Último dia de evento, domingo, Denise Stutz apresenta Justo uma imagem, às 15h, no Instituto Itaú Cultural. Logo depois, o filósofo Peter Pál Pelbart fala sobre Elementos para uma cartografia de grupalidade. O indivíduo, o comum, a comunidade, a multidão.

A programação completa da Mostra Rumos Dança está disponível aqui. As apresentações se dividem entre o Itaú Cultural (Avenida Paulista 149. Telefone: 11 2168-1776), o Centro Cultural São Paulo (Avenida Vergueiro 1.000. Telefone: 11 3397-4000) e o Teatro Coletivo (Rua da Consolação 1.623. Telefone: 11 3255-5922). De 6 a 14 de março, em vários horários.