Florianópolis de múltiplos encontros

Reforçando o calendário de eventos voltados para discutir a dança fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, o Múltipla Dança – Seminário Internacional de Dança Contemporânea chega a sua 5ª edição a partir de terça-feira (25/05), em Florianópolis. O encontro, que já faz parte do calendário cultural da capital catarinense, é realizado pela Aliança Francesa local.

A principal novidade deste ano é o programa Ensaios Abertos: Trânsitos, Teoria e Prática, um espaço para a exibição de trabalhos coreográficos de artistas e grupos locais seguida de debate com Christine Greiner e Sandra Meyer. “A ideia é ter um momento voltado para a troca e a problematização dos trabalhos. Os artistas podem mostrar obras em processo, não importa o estágio. Percebemos que muitos artistas locais ganharam editais e estão me seu momento de pesquisa. É uma estratégia de aprofundamento”, explica Jussara Xavier, curadora do Múltipla Dança ao lado de Marta César.

A programação – que vai até dia 29 de maio – prestará homenagem a Anderson Gonçalves, bailarino do Grupo Cena 11 Cia. de Dança que morreu este ano (leia mais aqui). O público poderá conferir apresentações de espetáculos, oficinas, mostra de videodança, performances e lançamentos de livros. Tudo com ingressos a preços populares, numa tentativa de aproximar mais artistas e público.

Nesta edição serão apresentados Céu na boca, da Quasar Cia. de Dança, Castanha sua cor, do Grupo Grial, O corpo é a mídia da dança? Outras partes, de Vanilton Lakka, e o processo de plateia teste SIM > ações integradas de consentimento para ocupação e resistência. ação #02 (foto), do Grupo Cena 11 Cia. de Dança. O projeto será apresentado em duas sessões para 45 pessoas e no último dia haverá conversa entre a companhia e Fabiana Dultra Britto sobre o procedimento.

A programação terá também a performance Experimento portátil, uma ação sob encomend, da Companhia Flutuante, o lançamento do documentário Ballet Desterro: Contemporaneidade na dança catarinense, de Jussara, e do livro As Metáforas do Corpo em Cena, de Sandra Meyer, além do diálogo Economia da Cultura – As redes como forma de articulação solidária, com a economista Ana Carla Fonseca Reis, especialista no tema e mediação de Marcos Moraes.

Mesmo depois de cinco edições do Múltipla Dança, Jussara garante que as dificuldades de para se fazer um evento com esse perfil em Florianópolis continuam. A solução encontrada pelas curadoras é a parceria com outros projetos. “Ainda é pouca a informação que circula em Florianópolis. Nosso objetivo é manter a qualidade e as parcerias facilitam muito nesse sentido. A cada ano o Múltipla Dança vai consolidando seu nome, ganhando reconhecimento e espaço na mídia. Isso é uma forma de aumentar o público também”, avalia.

A programação completa e os endereços dos espaços onde acontecem as atividades estão disponíveis aqui.

Abaixo, assista a um trecho de Céu na boca, da Quasar Cia. de Dança:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=2ZJzRLDSLhQ[/youtube]

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