Os Superficiais inspira-se na vida online para discutir a memória

Espetáculo marca 15 anos de existência da Cia. Etc.

A exposição pessoal, a cópia compartilhada como original, a velocidade e volume da informação, na superficialidade do conteúdo, na interrupção das ação e na dificuldade de manter um só foco de atenção são aspectos da vida atual -presentes especialmente nas redes sociais – que mudam a maneira de construir e armazenar a nossa memória. Essa discussão é o ponto de partida para a criação de Os Superficiais, espetáculo da Cia. Etc., que estreou no mês passado em espaços públicos abertos de Recife e Olinda.

Com direção de Marcelo Sena, o processo foi uma colaboração entre quatro artistas – o próprio Marcelo, juntamente com Elis Costa, José W Júnior, e Renata Vieira – e chegou num formato de jogo ou brincadeira, que envolve diretamente o público presente. Esse formato e a escolha dos locais de apresentação vêm do interesse em encontrar novos públicos, incluindo aqueles que não tenham hábito, tempo ou desejo de frequentar uma casa de espetáculos.

Neste último fim de semana da temporada, é a primeira vez que o espetáculo é apresentado num teatro, o Arraial, em Recife, e conta com tradução simultânea em libras, com o intuito de aproximar a dança da cultura surda. Quem acessar o site da companhia, pode ter acesso aos três vídeos criados por Filipe Marcena durante o processo, intitulados DesktopDocs