Panorama de Dança 2007 – Franceses e curitibanos se apresentam no Rio

Os franceses Xavier Le Roy e Boris Charmatz e os curitibanos do Coletivo Couve-Flor minicomunidade artística mundial, Elisabete Finger e a dupla Neto Machado e Stéphany Mattanó, aportam na cidade maravilhosa. E ainda tem a última oportunidade de conferir o espetáculo Um corpo do qual se desconfia, com Juliana Moraes e Anderson Gouvêa.

Observando Sir Simon Rattle dirigir Sacre du printemps, à frente da Orquestra Filarmônica de Berlim, Xavier Le Roy foi intrigado pelos movimentos daquela situação. E seu olhar coreográfico posto sobre o gestual construiu Le sacre du printemps, que será apresentado no Espaço Sesc – Mezanino, às 19h. É uma peça que se une tanto aos movimentos quanto aos sons. “É abstrata porque minha coreografia não tem função, mas quanto à expressão não é de forma alguma abstrata”, disse Le Roy em junho deste ano, quando se apresentou em um festival em sua terra natal.

Boris Charmatz, que apresenta Gala (foto) no Teatro Villa-Lobos, às 21h, improvisa solos, duos, projeções de filmes, fazendo com que a narrativa da obra seja construída pelas atualizações do coreógrafo.

Ainda no dia 7, às 20h, no Sesc São João de Meriti, mais dois espetáculos contemplados no Rumos Dança serão apresentados dentro da programação do Panorama. Solução para Todos os Problemas do Mundo, de Neto Machado e Stéphany Mattanó (PR), convoca o público a tomar opinião e encontrar soluções para resolver os problemas. “De uma forma genérica, o título já é um slogan, um auto-merchandising, ele tenta se vender por si só. A gente está lidando com esse dom de iludir, de criar uma ilusão, de criar uma terceira verdade, uma quarta verdade e em cima de um contexto mentiroso. As nossas próprias verdades estão baseadas em mentiras que consumimos até então, que a gente comprou durante a vida”, explica Stéphany. “O que queremos jogar é pensar como eu sei que tudo isso é uma ilusão, o espectador também sabe, mas nós dois compramos como verdade. Compramos o jogo de estarmos sendo iludidos”, complementa Neto.

Em Amarelo, de Elisabete Finger (PR), é realizada em cena uma experiência sensorial com massa, pele, plástico e goiabada, criando formas e imagens que remetem ao passado e a um futuro possível. “Amarelo é uma dança que se fez dançando. Os materiais envolvidos na peça vieram desta dança, de um corpo físico e imaginário em movimento. Eles se combinam gerando eventos-imagens, na contingência do fazer e desfazer, em camadas e dobras que se abrem entre performer e observador. Na obra, partilho informações sensíveis: peso, toque, gosto, formas… É um convite a uma experiência”, explica Elisabete Finger.

E para quem não conseguiu assistir Juliana Moraes e Anderson Gouvêa, a dupla reapresenta Um corpo do qual se desconfia no Oi Futuro, às 18h.