Sonia Sobral, Armando Aurich e Vera Sala debatem aspectos da dança no século XXI

Primeiro dia do Festival ES de Dança teve debate sobre a dança no século XXI

Centenas de crianças dançaram e se divertiram com as variações de ‘era uma vez…’ propostas por Denise Stutz e Felipe Ribeiro (RJ) em Espalha pra geral (na foto ao lado), na abertura da 1ª edição do Festival ES de Dança, na tarde dessa quinta-feira (7/07), em Vitória. O evento – organizado pela Secretaria de Estado de Cultura do Espírito Santo (Secult) em parceria com o Sesi – vai até domingo (10/07) com uma programação de espetáculos locais e nacionais, debates e oficinas.

Colocando em prática um dos principais objetivos do encontro, que é estimular a reflexão em dança nos profissionais do estado, a tarde de quinta-feira já deu início à série de debates. A mesa formada por Armando Aurich (ES), Sonia Sobral (SP) e Vera Sala (SP) teve o desafio de falar sobre o tema O significado social da dança no século XXI.  “Temos que trazer do passado referências para entender o que estamos fazendo hoje (…) As linguagens de dança são diversas e cheias de particularidades, e todas são importantes para o progresso da sociedade”, declarou Aurich, iniciando as falas.

Como o tema era bastante amplo, os debatedores e o público puderam dar um ‘passeio’ por diversos temas, como a importância social da criação artística, a questão da formação, mercado de trabalho e também de consumo de arte. Artista e professora do curso de Comunicação das Artes do Corpo, da PUC-SP, Vera Sala afirmou que frequentemente se sente dividida entre as duas funções sociais. “Minha função é trabalhar para a criação. O que fazemos é produzir conhecimento organizado no corpo”, afirma. “O papel da formação passa por como a sociedade encara a arte. Por que o trabalho artístico já não é potencial de formação? Temos que procurar sempre um novo ponto de vista, ensino meus alunos a pensar. É uma ideia de formação a partir da deformação”, diz Vera.

Sonia Sobral, Armando Aurich e Vera Sala debatem aspectos da dança no século XXI

Sonia Sobral, Armando Aurich e Vera Sala: a dança no século XXI

Sobre a questão da formação do olhar de um futuro consumidor de arte, Sonia complementa: “Eu trabalho com arte contemporânea porque gosto de ser desafiada. Quero que o artista me apresente uma nova visão de mundo (…) Já está provado que não adianta apenas baixar os preços dos ingressos, deve haver investimento nas pessoas, nas escolas, nos professores. Se você não tem o hábito de consumir cultura, não vai fazê-lo nem de graça porque aquilo não é natural para você”, explica.

À noite foi a abertura oficial do festival, com homenagem em vídeo a Angel Vianna – a coreógrafa não pôde estar presente por motivos de saúde – no Theatro Carlos Gomes. Em seguida o Grupo Cena 11 Cia. de Dança apresentou Embodied voodoo game.

De hoje até domingo (8 a 10/07) acontecem as oficinas pela manhã. A partir das 13h serão realizadas intervenções em alguns espaços públicos de Vitória: Ingrid Mendonça mostra A caixa de Bonifácia e a Urucum Cia. de Dança apresenta Bunda e progresso. Às 15h, no Teatro Sesi, começa mais uma mesa de debates que reunirá Aissa Guimarães (ES), Alejandro Ahmed (SC) e Paulo Fernandes (ES) para falar sobre A dança e as novas linguagens: convergências.

A noite será dedicada às apresentações de trabalhos. Às 18h30 haverá um programa de coreógrafos independentes locais e às 20h30, no Theatro Carlos Gomes, a apresentação de mais três companhias capixabas. Leia mais sobre a programação do Festival ES de Dança clicando aqui.

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