VIII Visões Urbanas – Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas

A 8ª edição do Festival Visões Urbanas ocupa os espaços públicos da capital paulista de 22 a 30 de março. Segundo a coordenadora artística Mirtes Calheiros, “é um convite para olhar os espaços públicos de outra maneira,  descobrir outras cores na cidade, outros percursos diante daquilo que se pretende normal.”

A companhia belga Jordi L. Vidal abre a programação do festival com Crisalys, no dia 22 de março (sexta), às 10h, em frente ao Pateo do Collegio. A programação completa está disponível do site do festival.

Entre os destaques estão o espetáculo belga Rosas Negras (Swarta Rosor), com a bailarina Yentl de Werdt e a cantora lírica Mieke Segers, no domingo (24/3), no parque Mario Covas; e a performance inspirada em movimentos de protesto, como o Occupy Wall Street, da americana Maida Withers. Além delas, se apresentam grupos do Brasil, Cuba, Espanha, Itália e Portugal.

O Festival internacional reúne 30 apresentações gratuitas de grupos do Brasil, Cuba, Espanha, Itália e Portugal.

Além dos espetáculos e da programação paralela em São Paulo, com a instalação MultipliCidades feita de origami pela artista plástica Alzira Cathony e uma exposição fotográfica, as duas na passagem subterrânea para pedestres na esquina da av. Paulista com a Consolação (a Passagem Literária), e Mostra de Videodança, no MIS, o evento contempla  apresentações de quatro grupos em Embu-Guaçu (48 km. da Capital).

Criado em 2006, em São Paulo, pela coreógrafa e socióloga Mirtes Calheiros e pelo bailarino e produtor Ederson Lopes, o Visões Urbanas faz parte da rede internacional CQD – Cidades que Dançam, que surgiu em Barcelona em 1992. Ela reúne festivais que integram a dança à paisagem urbana em 34 cidades de 18 países da América Latina e Europa.

No Brasil, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e São Paulo estão entre as cidades pertencentes ao movimento e que realizam festivais independentes, onde os espetáculos são criados para a rua e usam a cidade como tema e/ou palco.

O espaço urbano é o ponto de partida para a criação de coreografias integradas à arquitetura ou à natureza (no caso de parques). “O resultado desta edição mostra a importância da continuidade da pesquisa na área e coincide com o momento que a cidade atravessa: depois dos parques, os museus abrem as portas para a dança”, fala a coordenadora artística do festival, Mirtes Calheiros, que desde 1999 faz coreografias para palcos nada convencionais com a sua companhia Artesãos do Corpo.

No VIII Visões Urbanas, mais grupos de São Paulo se apresentam. “A ideia é valorizar os artistas e grupos paulistanos e dar maior visibilidade para a produção realizada aqui”, diz Ederson Lopes, que divide a coordenação artística do festival com Mirtes.

O objetivo do evento é criar um diálogo entre o corpo e a cidade, tendo a dança como interlocutora. Além de democratizar a arte, uma vez que saem de espaços fechados, os grupos têm a preocupação de fazer com que as pessoas percebam algumas nuances dos espaços urbanos que os cercam.