Tem plástico na rede / Foto divulgação

Quer financiar um projeto?

Tudo aconteceu muito rápido. Em menos de seis meses, a coreógrafa e bailarina carioca Giselda Fernandes conheceu o Global Water Dances, enviou material da sua última pesquisa e acabou se tornando a diretora artística do evento no Brasil.

O encontro – que acontecerá dia 25 de junho simultaneamente em cerca de 50 cidades pelo mundo – é um evento global pela preservação da água. E a dança é a linguagem escolhida para transmitir essa mensagem. Durante 24 horas, uma série de atividades chamarão a atenção para a importância de se consumir água com sustentabilidade no planeta. Pela primeira vez realizado no Brasil, o encontro acontecerá no Parque do Flamengo, Rio de Janeiro. Entre as atrações, a Os Dois Cia. de Dança, dirigida por Giselda, apresentará Tem plástico na rede, sua última pesquisa, que utiliza 800 garrafas PET e redes de pesca. Também já confirmaram participação as ciclobailarinas da Faculdade Angel Vianna.

Diante do pouco tempo disponível para a produção da edição brasileira do Global Water Dances, a correria estava instaurada e a solução foi procurar formas alternativas de levantar financiamento. Com uma agenda internacional a cumprir, uma das soluções foi o crowdfunding, sistema de financiamento coletivo que está ganhando cada dia mais força no Brasil. O formato veio dos EUA, onde a plataforma Kickstarter hospeda hoje centenas de projetos, mais de 30 de dança.

“Logo que conheci como funcionava o sistema de crowdfunding achei que tinha que arriscar, pois temos pouco tempo e precisamos, acima de tudo, de divulgação. É uma ferramenta a mais e com nenhum custo para nós”, conta Giselda. O projeto Tem plástico na rede está no ar desde 26 de abril e até o dia 2 de junho havia arrecadado R$ 2.430, através de 43 apoiadores. Restam 10 dias e o projeto será financiado se conseguir alcançar a marca de R$ 6 mil, 50% do total pedido por Giselda. Caso o valor não seja atingido, os apoiadores recebem seu dinheiro de volta.

A logística de funcionamento do crowdfunding é simples. De forma bem resumida: o proponente escolhe uma plataforma e inscreve seu projeto (de acordo com um modelo exigido pelo site); estipula o valor total do financiamento necessário para que  ele vingue e o número de dias que ele precisa para alcançar tal montante. Além disso, o proponente também determina os prêmios que os ‘patrocinadores’ receberão – eles podem ser desde o nome estampado numa camiseta a um jantar com os artistas envolvidos, por exemplo.

“A dificuldade motiva a fazer acontecer. Principalmente projetos que não precisam de muito dinheiro, que muitas vezes nem podem se aproveitar de leis de incentivo”, explicou Gabriel Andrade, do Produrama, onde está hospedado o projeto Tem plástico na rede, durante encontro sobre crowdfunding realizado em abril no Espaço Cultural Municipal Sergio Porto. Atualmente, além do Produrama, outras duas plataformas hospedam projetos bensucedidos: Multidão e Catarse – que já garantiu financiamento para dois projetos de dança de Porto Alegre, veja só.

Para Giselda, a principal dificuldade é a pouca confiança e habilidade que muita gente ainda tem com o comércio online. “Já tive que explicar muitas vezes como se faz, tenho até um email com texto padrão. O crowdfunding ainda está muito no início, mas é uma boa ferramenta. Agora tudo funciona em rede, eu posso até não captar tudo o que eu preciso, mas estou chegando a pessoas que têm o mesmo interesse que eu, abrindo novas portas”, avalia.

Quem desejar apoiar o Tem plástico na rede, pode contribuir que vão de R$ 10 a mais de R$ 800. O pagamento pode ser feito via cartão de crédito ou boleto bancário. Clique aqui para entrar na página do projeto e apoiar. A foto que ilustra a reportagem é de Christiana Almeida.

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