Rumos Dança 2007 – Conversa sobre mestiçagem abre a mostra

Sim! O Rumos Itaú Cultural Dança já começou e nossa cobertura também. A partir de hoje, você vai ficar por dentro do que acontece diariamente na mostra.

A abertura oficial foi no dia 2 de março com uma conferência de Amálio Pinheiro e Helena Katz, doutores em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. O tema foi identidade, mestiçagem e barroquismo e como se relaciona o corpo que dança com essas questões.

Segundo Amálio, os lugares que mais concentram a mestiçagem são as periferias. “Elas são o almoxarifado da criação”, disse ele. Uma característica da mestiçagem é produzir superabundâncias, isto é, uma proliferação de elementos diferentes, criando uma espécie de tecitura. E o barroco, por sua vez, faz a ligação de elementos paradoxais, aceita muito a hipérbole e não tem medo do que é grotesco. Uma de suas principais características é a amplificação.

Já Helena, utilizando os argumentos de Amálio, propôs à platéia uma reflexão sobre as questões mais importantes que serão vistas nas obras do Rumos a partir dos temas acima. Para Katz, o corpo não está pronto…Ele se apronta. Há uma troca incessante de informação entre um corpo e o ambiente em que está inserido. “O corpo é uma mistura de alta complexidade de tudo que você carrega geneticamente e como essa condição genética ‘interage’ com o ambiente”, apontou. De acordo com Helena, todos nós somos uma enorme coleção de informações e que deve ser bem montada, como um grande mosaico mestiço. Não há nada no corpo que não seja mestiço. Em relação ao barroquismo, no corpo há uma proliferação de contrastes. E transpondo tal característica para a dança, ela é barroquizante.

Em seguida, Letícia Sekito (SP) apresentou o espetáculo E Eu Disse: para uma platéia lotada.
O espetaculo dá continuidade ao espetaculo anterior, Disseram que eu sou japonesa, de 2006.