Rumos Dança 2007 – Corpo e metropole fecham o fim de semana
No terceiro dia do Rumos Itaú Cultural Dança o professor de Antropologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Roma e diretor da Revista Avatar, Massimo Canevacci, fala da relação entre corpos e metrópoles como uma tensão performática. A partir das 20h, no Teatro Gazeta, a mostra continua com mais três produções.
“Deslimites é um aproveitamento de antigas idéias de trabalhos anteriores. Tem a ver com a inversão de sentidos, mudança de ponto de vista, inversão de percepção. Se realiza no movimento do corpo lento, contínuo, contorcido. Através da pesquisa de movimento, vou realizando essa busca por deslocamentos inusitados, possibilitando um novo olhar sobre o corpo da mulher soteropolitana que dança”, explica a criadora Clara Trigo, da Bahia. “Há um imaginário de que a mulher baiana rebola…Eu não caibo nesse espaço turístico vendável. Meu trabalho rejeita qualquer tipo de redução que se faça nessa questão. É como se fosse uma tentativa de não definir. Quando acha que algo vai acontecer, ele já não é mais, ele se dissolve na qualidade do movimento. Arnaldo Antunes concretizou esse discurso através da maneira como ele construiu a trilha, que pode ser recebida por vários sentidos. É uma parceria muito bacana”, diz Clara.
O segundo trabalho da noite éOP1, com a Cia Phila 7 (SP)
, que explora os limites entre o real e o imaginário através dos princípios da optical art e da interação entre quatro artistas – Lali Kotoszynski, Raimo Benedetti,Fábio Villas Boas e Mirella Brandi. A pesquisa coreográfica é feita com o corpo real e virtual em contraponto com propostas gráficas criadas com base em luzes e vídeos.
A noite termina com deSmuNdOs, de Luis Ferron (SP)
, inspirado nas obras dos pintores Otto Dix (Alemanha) e Egon Sheller (Áustria) para refletir e sobre decadência corporal.