Costumes afro-descendentes inspiram investigação da Cia. Seráquê?

Uma viagem aos costumes, danças e culturas das populações afro-descendentes nos tempos do Brasil colônia. Essa é a proposta de Q’eu isse, da companhia mineira SeráQuê?, que estréia sexta-feira (5/09), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro.

As referências começam já no título: Q’eu isse significa “que eu fosse” no dialeto mineirês, de origem banto. O espetáculo investiga as diásporas africanas, os cruzamentos históricos com outras raças e a conseqüente formação da identidade da população brasileira.

Para chegar a Q’eu isse, o coreógrafo Rui Moreira iniciou sua pesquisa em 2005 após observar festas religiosas afro-mineiras. Misturados à dança contemporânea, muitos movimentos característicos de religiões africanas estão presentes no trabalho. Q’eu isse conta com nomes de peso na sua ficha técnica: poesia e música inédita de Milton Nascimento, cenografia de Bia Lessa e iluminação de Pedro Pederneiras (um dos fundadores do Grupo Corpo).

O trabalho faz parte da trilogia Ês quis q’eu isse co ês, que quer dizer “eles quiseram que eu fosse com eles”. O primeiro trabalho – Ês quis – foi criado em 2007 para ser apresentado especialmente em espaços públicos e trata sobre o sincretismo religioso. A segunda parte é Q’eu isse.

O CCBB fica na Rua Primeiro de Março 66, Centro. Telefone: (21) 3808-2020. A temporada vai até 21 de setembro, no Teatro 1. De quinta-feira a domingo, às 19h30.

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