Gilles Toutevoix em ação / Foto: Divulgação

Dança em Foco comemora 10 anos

O Dança em Foco – Festival Internacional de Vídeo e Dança comemora seus dez anos de atividades com uma retrospectiva de três horas e meia de vídeos nacionais na MIV – Mostra Internacional de Videodança, que também exibirá noventa videodanças inéditas de mais de vinte e um países; receberá o artista visual Gilles Toutevoix, que desenvolve pesquisa artística sobre vídeo, arte contemporânea, corpo e cotidiano; lançará a 5ª edição do livro: Ensaios Contemporâneos de Videodança; contará com a já conhecida da programação itinerante gratuita que contempla palestras, debates, oficinas e uma instalação videográfica; e apresentará também programas dos festivais internacionais: Videmovimiento (Colômbia), DVDanza Habana (Cuba) e idill – festival internacional online de curtas de dança – em uma parceria com Charleroi Danses (Bélgica), Sadler’s Wells (Inglaterra), e Gaîté Lyrique (França).

O Festival começa no dia, 27 de agosto e se estende até, 09 de setembro, no Espaço SESC, Copacabana, Rio de Janeiro. Acompanhe a entrevista com o artista, Gilles Toutevoix, onde fala sobre sua relação com a videodança e seus planos para o festival dança em foco, onde oferecerá oficina, palestra e apresentará uma videoinstalação.

Como você começou a explorar o universo da videodança? O que ela te possibilita?

Comecei a filmar dança fazendo captações para o meu primeiro grande trabalho, quando filmei “ALIBI”, de Meg Stuart. Foi um choque estético na dança, pois filmei um espetáculo mesclando dança, performance e vídeo ao vivo. Através da videodança, eu alcancei o corpo do dançarino da forma mais próxima possível. Pude chegar ao movimento, estando em movimento, a fim de ir o mais perto das sensações. O videodança também me permite tentar captar o gesto no INSTANTE de sua criação.

Você já veio anteriormente ao Brasil. O que você achou do país?

Conheci o Brasil no ano passado, quando participei da Residência Artística da FAAP em parceria com o Institut Français, em abril. Desenvolvi muitos trabalhos legais que vocês podem conhecer pelo meu site. Conheci São Paulo e adorei sua realidade, suas contradições e sua força. Agora estou ansioso para conhecer a Cidade Maravilhosa e participar do dança em foco. Na França, quando penso no Brasil e em videodança, o projeto é minha primeira referência.

Como será a oficina que vai oferecer durante o dança em foco 2012?

O projeto de residência artística que fiz em São Paulo em 2011 me abriu novas possibilidades para explorar a relação entre o documentário e os momentos do cotidiano, permitindo contar um dia na grande cidade (SP) através do vídeo. Vou continuar a explorar isso aqui. Desenvolvi uma oficina de videodança adaptável a diferentes contextos de centros coreográficos mundiais e que é sempre dada junto com um coreógrafo. Já dividi muitas oficinas com o Mark Tompkins, coreógrafo que inventou um método de composição instantânea em dança envolvendo o vídeo. Para as aulas no Rio, convidei a coreógrafa italiana Virginia Spallarossa para compartilhar o curso comigo.

Gilles Toutevoix em ação / Foto: Divulgação

Como será a participação de Spallarossa?

A Virginia é dançarina, coreógrafa e diretora do Pillole Festival, em Milão. Ela já esteve no Brasil, em 2008, a convite do Festival Panorama de Dança com a Cia. Déjà Donné. Vocês podem conhecer melhor o trabalho dela pelo site www.virginiaspallarossa.com. Eu não sou dançarino, eu me associo com ela para desenvolver o aspecto coreográfico e de escrita da videodança.

Quais serão os principais exercícios propostos aos alunos?

Cada aluno realizará um pequeno videodança. Trabalharemos sobre um plano-sequência do cinema, ou seja, utilizaremos uma só sequência, sem montagem. Tudo será filmado durante a oficina através de exercícios de observação e jogos em torno da ideia de filme de cada um.

Quais os principais desafios hoje para um diálogo entre a dança e o vídeo?

Talvez voltar-se mais para o documentário seja o grande desafio. Devemos experimentar os retratos de pessoas através da dança e do vídeo, para questionar o cotidiano e fazer sobressair o olhar perplexo sobre a vida.

Como será a instalação que desenvolverá por aqui?

Prefiro deixar como surpresa… O trabalho não é inédito, mas a projeção será totalmente adaptada ao Espaço SESC, o que o torna único. Chegarei uma semana antes do festival para planejar a montagem.

O que vai apresentar em sua palestra?

Vou mostrar trechos de curtas-metragens que envolvem o corpo físico e a composição entre a dança e o vídeo para abordar a questão da criação através da mídia das pequenas câmeras atuais.

O que o público pode esperar ao assisti-lo!?

O encontro é a troca. A criação é se colocar em questão. E isso para mim é se interessar em ir ao encontro do outro. Espero vocês para esse encontro! MERCI a très bientôt!

O Espaço SESC fica na rua Domingos Ferreira, 160. Copacabana, Rio de Janeiro.

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