Marcia Rubin estreia novo espetáculo sobre o amor

Falar de amor nunca é fácil, seja em verso, prosa ou movimento. Os inúmeros elogios ao delicado Quase como se fosse amor, de 2008, incentivaram Marcia Rubin a continuar falando sobre o sentimento que tanto mexe com as pessoas. “O amor não para de se inscrever, está sempre mudando. Como criadora e intérprete de Quase como se fosse amor, era impossível não ter a ver comigo a criação. E agora as coisas mudaram, mudaram comigo, e acabam mudando no trabalho também”, revela Marcia, que criou Quase como se fosse amor para a mostra Solos de Dança do SESC  2008 (leia mais aqui).

Essas transformações deram a origem a Larga tudo e vem, que estreia nesta sexta-feira (17/07), às 21h30, no Espaço SESC, no Rio de Janeiro. Além das mudanças internas, há outra que o público poderá conferir: no novo espetáculo, a coreógrafa retoma a parceria de 20 anos com Oscar Saraiva, com quem divide a direção. “Meu último trabalho com a companhia havia sido em 2006, estava sentindo falta”, diz.

Larga tudo e vem passeia por diversas situações e humores do amor. Esse sentimento universal é tratado como uma disposição da alma, um desejo impulsionado pela falta. “O amor é difícil de definir com palavras, de dar contorno. Ele fica o tempo todo escapando, é incerto, inevitável. O amor te invade. É uma indefinição que serve bem à dança”, analisa Marcia, que antes do solo de 2008 já havia criado Daqui pra frente, também tendo o amor como tema.

O novo trabalho também marca os 15 anos de estrada da companhia, feito que só deixa Marcia ainda mais feliz e – por que não? – apaixonada. “É uma delícia poder trabalhar com o que você acredita. Fico muito feliz de ter conseguido isso”, comemora. Apesar das alegrias e do trabalho reconhecido, a coreógrafa admite que o fazer 15 anos de carreira hoje está cada vez mais difícil, principalmente no Rio de Janeiro. “Está havendo um esvaziamento de projetos no Rio, as dificuldades são muito grandes. Os editais são pontuais, não existe um projeto a longo prazo, com pensamento para criar novos coreógrafos. A política cultural do Rio está indigente”, desabafa. “A gente insiste em fazer, a minha geração insistiu muito e gerou resultado. Sou muito agradecida por ter feito parte daquela geração”. Uma prova de amor. À dança.

Assista ao vídeo que o idança gravou com Marcia sobre o novo trabalho:

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