Mats Ek despede-se do palco com três peças em Paris

Termina amanhã uma programação especial com três obras do coreógrafo sueco Mats Ek, no Thêatre des Champs Elysées em Paris. As peças são She was black (1994), Solo for 2 (1997) e Axe (2015) e marcam a despedida de Ek dos palcos aos 50 anos de carreira e 70 de vida.

Mats Ek é cercado de artistas. Filho da coreógrafa Birgit Cullberg e do ator Anders Ek, irmão do bailarino Niklas e da atriz Malin Ek e casado com a quase lendária bailarina espanhola Ana Laguna – que já trabalhou entre outros nomes, com Nureyev, Baryshnkov e Bèjart -, também sua grande parceira de trabalho, que está presente em várias de suas obras.

Começou o estudo da dança aos 17 anos e aos 20 trabalhava como diretor no Marionett Theater e no Royal Dramatic Theater, em Estocolmo. É conhecido pela sua atuação à frente do Balé Cullberg, onde deu continuidade ao trabalho da mãe como diretor artístico, de 1981 a 1993. Foi ali que criou alguns de seus trabalhos mais notórios, que são suas revisitas a balés clássicos, como Giselle (1982), Lago dos Cisnes (1987) e Carmen (1992).

Ek optou por se afastar da dança definitivamente. Diferentemente de outros ícones da dança, como Merce Cunningham, cuja obra tem continuidade por meio de seus discípulos, ou Pina Bausch, em que a própria companhia criada por ela continua o seu trabalho, ele não tem uma companhia própria há mais de 20 anos, e, segundo anunciou, não tem interesse em renovar os contratos com as instituições com quem trabalhou para cessão de direitos de suas obras.

Axe – em português, “machado” –  é sua criação mais recente e também a última peça de Mats Ek a ser apresentada ao vivo, dentro dessa mostra e na história. Dançada pela esposa Ana e pelo bailarino Yvan Auzely, traz à cena duas temáticas recorrentes na obra do coreógrafo: a relação entre mulher e homem e a relação entre o trabalho e o sonho.

Veja o trailer da peça.