O grotesco e a dança contemporânea no novo trabalho de Marcellus Ferreira
Contemplado pelo Programa Funarte Klauss Vianna de Fomento à Dança e patrocinado pela PETROBRAS, o espetáculo Bocas do Inferno, do coreógrafo e diretor artístico Marcellus Ferreira, propõe uma criação coreográfica a partir de pesquisas sobre as manifestações da estética grotesca, sua relação com o imaginário atual e uma conseqüente interferência na estética do movimento que permeia o fazer artístico da dança contemporânea. O enfoque na descoberta corporal é dado então pela “deformação”, característica principal do grotesco.
O recorte deste estudo tem caráter estético na medida em que pretende abordar o entendimento e estruturação da forma grotesca no corpo que dança. Não visa criar conceitos ou definições valorativas sobre o que é “belo” ou “feio” no movimento, mas, pelo enfoque na “deformação da forma”, propõe um lugar de reflexão sobre padrões estéticos sociais e, sobretudo, da dança, que trabalha com estereótipos e formas pré-definidas de movimentos. A aplicação deste estudo ao movimento corporal é feita por associações com as categorias de análise do movimento: Laban Moviment Analisys – LMA e Bartenieff.
A estréia do espetáculo, concebido pelo Núcleo Artístico Duo Facto, acontece no dia 19 de outubro (quinta-feira) no Teatro Cacilda Becker – RJ (21 2265-9933) e a temporada se estende até o dia 5 de novembro, de quinta a domingo, com ingressos a preços populares.