Os vários olhares sobre o corpo
Segundo maior município de Minas Gerais – com mais de 600 mil habitantes – Uberlândia está relativamente longe do eixo Rio-São Paulo, mas orgulha-se de possuir uma produção latente em dança como nas grandes capitais. Prova disso é que há seis anos, a cidade recebe importantes nomes do cenário nacional para um encontro com objetivo muito simples (e ao mesmo tempo muito complexo): pensar caminhos para a dança contemporânea brasileira.
Longe de ser um grande festival – o objetivo é justamente fugir disso – o encontro Olhares sobre o corpo nasceu da necessidade de intercâmbio entre pessoas e ideias sobre o corpo e a dança contemporânea produzida ali e no resto do país. “Buscávamos um espaço para estudar, para apresentar ideias, mas não de forma espetacular”, conta Fernanda Bevilaqua, que dirige o evento com a colaboração de Wagner Schwartz.
Sem patrocínio, o encontro acontece via uma rede de colaboradores formada por empresários, artistas e produtores culturais da cidade. Os encontros acontecem no Palco de Arte, sede do Uai Q Dança e no SESC Uberlândia. Além disso, eles contam com apoios de hoteis, restaurantes e de quem mais estiver disposto a ajudar.
Este ano, o Olhares sobre o corpo acontece de segunda-feira a domingo (14 a 20/12). A programação principal conta com a oficina/imersão Processos autoficcionais de criação, com André Masseno, que vai acontecer durante todos os dias do encontro, e com a Rede trocando olhares sobre o corpo, no dia 17 de dezembro, das 14h às 18h. “Não é palestra nem apresentação oral. Escolhemos três textos sobre sustentabilidade e vamos nos reunir para discuti-los, sem hierarquia”, explica Fernanda. Os convidados para participar da troca são Helena Katz, Marcelo Castilho Avellar e Adriana Banana. Os três textos a serem discutidos estão disponíveis aqui.
“Agora nossa proposta está tomando a cara que sempre quisemos dar a ela, com caráter de encontro para estudar, de forma horizontal. É um espaço para pensar aspectos de urgência, ler e estudar juntos. Queremos juntar pessoas e informações”, afirma Fernanda. “Sentimos muito o fato de estarmos fora do eixo Rio-São Paulo, mas estamos conseguindo realizar coisas assim mesmo. Temos muita vontade de estabelecer discussão aqui. E já estamos mobilizando pessoas do entorno, o que é muito gratificante”, comemora.
Clique aqui para ver a programação completa do Olhares sobre o corpo.