Panorama de Dança 2007 – As implicações do movimento na Maison de France

Para esclarecer o contexto de seus espetáculos para o público, o holandês David Weber-Krebs também ministra palestras-performances. No Panorama deste ano, David apresenta, às 15h, na Maison de France, The consequence of infinite endings (2005), em que expõe seus pensamentos e fontes de inspiração, sendo ao mesmo tempo uma maneira de refletir seu próprio trabalho. “Eu examino um pequeno fenômeno que freqüentemente é usado nas artes contemporâneas (performance, cinema, música). Eu chamo de movimento de desaparecimento. Analiso-o como uma manifestação do Sublime na cultura de hoje. O Sublime é um fenômeno que foi analisado através dos tempos. É como Schiller coloca: um composto de desconforto, expressado no grau mais alto de terror, e alegria, capaz de intensificar o encantar”, explica Weber-Krebs.

A partir das 21h, Andréia Nhur, Fafá Carvalho & Luiz Abreu, levam ao Teatro Cacilda Becker, respectivamente, Swan – corpo adaptado (foto) e Luxo de cu com corpo nu, após super bem sucedida apresentação ontem (11) em Campo Grande, na Funarj Artur Azevedo.

Fafá Carvalho e Luiz de Abreu entram com a questão da identidade em Luxo de cu com corpo nu. “Ela foi trabalhada como sujeito indeterminado, fruto de vários referenciais que produziram identificações. O elemento indeterminado parte da idéia matriz de que essa identidade aparece como elemento positivo de valorização humana no sentido de que, ao ser percebido e entendido, os seus elementos formadores detonam nesse sujeito um sentimento de pertença, poder e valor social”, diz Fafá de Carvalho.

O “sentimento de pertencimento” a partir dos registros das marcas deixadas na psiquê e no corpo também é outro tópico presente em cena. Segundo a artista, “no momento em que o sujeito vivencia os processos que o construirão e que serão ininterruptos em sua vida e ele os compreender ou não, esses registros se mostram em seu comportamento social e identificam-no na sua subjetividade e na sua coletividade. Isso pressupõe a percepção do pertencimento, da inclusão num status social independente de ser uma inclusão negativa ou positiva”.

Não entendeu o título do trabalho? Leia aqui!