Panorama de Dança 2007 – Para brincar com as mãos no MAM

A partir das 19h30, quem quiser brincar no MAM já tem diversão garantida. Michel Groisman e Sung Pyo Hong abrem a exposição-jogo Porta das Mãos. “É um convite para você brincar com suas mãos. Um jogo de conectar os dedos e descobrir caminhos e formas passageiras. Na verdade são suas mãos que vão te levar por caminhos que você não conhece, enquanto você estiver simplesmente brincando com elas. Foi o que aconteceu comigo”, conta Groisman.

Porta das Mãos se inscreve numa trajetória de mais de dez anos, onde o artista vem criando obras baseadas em meios diferentes de conexão, todos usando o corpo como suporte ou veículo.

No dia da abertura, haverá uma pessoa fazendo e servindo tapioca aos convidados. Para beber, batidas de coco e maracujá. O evento é aberto a todos, é gratuito e não é necessário convite.
A exposição fica em cartaz até dia 14 de janeiro de 2008.

Fechando a noite, dois espetáculos: Swan – corpo adaptado, de Andréia Nhur, e Luxo de cu em corpo nu, de Fafá Carvalho e Luiz Abreu.

Segundo Andréia, o título de seu trabalho refere-se à cisne,”tanto ao animal e seu formato, quanto ao seu sentido carregado dentro da dança, que sempre soa como um elemento constituinte de um repertório, uma caixa pesada de informações que não deverão ser mexidas, apenas passadas a diante”. Já a expressão ‘corpo adaptado’ tem relação com o trâmite entre a informação que se carrega geneticamente e o ambiente em que ela se encerra. “Assim, a idéia é pensar sobre o que trazemos no corpo, se estamos apenas repassando uma informação que tem uma origem única ou adaptando-a a novos contextos, simultaneamente originários e decorrentes”, finaliza a artista.

O segundo trabalho da noite, Luxo de cu com corpo nu, tem seu nome baseado em um ditado popular usado pela família da baiana Fafá Carvalho. “Todo o meu processo de aprendizagem educacional familiar foi calcado nos ditos e provérbios populares. Tenho em minha memória alguns que montaram os valores que são referência para minhas ações. Luxo de cu com corpo nu era usado frequentemente por uma tia, que aliás faço referência no trabalho como uma exímia cozinheira. Ela se referia com esse ditado às razões, situações e pessoas que eventualmente aparentam ser o que não são. Esse solo faz referência às minhas identificações, o ditado faz referência à falta delas onde se produz aquilo que não é. O solo me mostra naquilo que sou”, explica.