SESC Belenzinho recebe solo de Tuca Pinheiro

Marcando seus 35 anos de carreira como bailarino e coreógrafo, o mineiro Tuca Pinheiro apresenta o espetáculo HYENNA – não deforma, não tem cheiro, não solta as tiras, no final deste mês, em São Paulo. As apresentações, que acontecem de 27 e 29 de março, fazem parte do projeto Humor Na Dança, do SESC Belenzinho, que tem a proposta de trazer à cena produções que falem de processos críticos, proporcionado ao público experiências que, além de tudo, façam rir.

Inspirado no livro O que resta de Auschwitz – o arquivo e a testemunha [Homo Sacer, III], de Giorgio Agamben; e na carta de Pero Vaz de Caminha para abordar as influências europeias na criação e legitimação do seu trabalho e de toda uma geração de criadores e intérpretes, HYENNA aborda dispositivos de poder. O espetáculo trata das relações de submissão do “Novo Mundo” ao “Velho Continente”, ao questionar em cena o pensamento estético imposto à dança pela tradição européia, seus desdobramentos, conflitos e consequências.

“Esses parâmetros legitimam um modelo de dança de qualidade asséptica, eugenista e adaptada às demandas de um mercado específico que tem o propósito de estabelecer condutas desejáveis em seu público”, comenta Tuca, que inicou a pesquisa quando desenvolvia outra montagem na Suíça e chegou a visitar os campos de extermínio de Auschwitz I e Auschwitz II (Birkenau), na Polônia.

O artista se deparou com suas próprias memórias em sua trajetória de criação na dança, passando pelo balé clássico ao trânsito constante na cena contemporânea, como bailarino e coreógrafo. Com isso, inúmeras questões surgiram: “Somos réplicas de um processo neocolonialista que se perpetua desde a corte francesa? Esta dança ainda não deformou? Não fedeu? Não soltou as tiras?”, explicando o título da obra, que tem na figura da hiena um poderoso símbolo para subcondições de vida. “A hiena tem uma existência ambígua que transita entre o riso e o resto”, finaliza.

Tuca Pinheiro ainda realiza no espaço a oficina gratuita A urgência da ineficiência no processo criativo em dança contemporânea: esburacamentos e dispositivos de instabilidade, de 24 a 26 de março. O objetivo é auxiliar os interessados na criação em dança contemporânea a desenvolverem e organizarem os respectivos materiais, a partir da ineficiência e da instabilidade, através de um diálogo prático e teórico. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail tucapinheiro@belenzinho.sescsp.org.br, por meio do envio de contatos e carta de interesse, até o dia 18 de março.

Serviço:

“HYENNA – não deforma, não tem cheiro, não solta as tiras”, de Tuca Pinheiro

Data: 27 a 29 de março
Horário: Sexta e sábado, às 20h e domingo, às 17h
Local: SESC Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho) – Sala de Espetáculo II
Capacidade: 80 lugares (acesso para pessoas com deficiência)
Duração: 70 minutos.
Não Recomendado para menores de 18 anos.
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, estudante, pessoa com deficiência e servidor de escola pública e) e R$ 6 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes [credencial plena]). À venda pelo Portal SESC SP (www.sescsp.org.br), a partir de 17/03/2015, às 15H30, e nas unidades, a partir de 18/03/2015, às 17h30.

Oficina A urgência da ineficiência no processo criativo em dança contemporânea: esburacamentos e dispositivos de instabilidade, com Tuca Pinheiro

Data: 24 a 26 de março, terça e quinta
Horário: das 15h às 19h
Local: SESC Belenzinho – Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, SP
As inscrições podem ser feitas pelo e-mail tucapinheiro@belenzinho.sescsp.org.br, por meio do envio de contatos e carta de interesse, até o dia 18 de março.
Vagas limitadas: 20
Os candidatos selecionados serão avisados até dia 22 de março por e-mail.
Atividade gratuita.