{"id":12109,"date":"2009-08-27T17:20:14","date_gmt":"2009-08-27T20:20:14","guid":{"rendered":"http:\/\/beta.idanca.net\/?p=12109"},"modified":"2009-08-31T15:55:00","modified_gmt":"2009-08-31T18:55:00","slug":"arquitetura-e-realidade-de-conjunto-habitacional-inseridos-na-danca","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/idanca.net\/arquitetura-e-realidade-de-conjunto-habitacional-inseridos-na-danca\/","title":{"rendered":"Arquitetura e realidade de conjunto habitacional inseridos na dan\u00e7a | The architecture and reality of a housing project become part of dance"},"content":{"rendered":"
Um conjunto habitacional constru\u00eddo nos anos 50, em Belo Horizonte, serviu de inspira\u00e7\u00e3o e loca\u00e7\u00e3o para o m\u00e9dia-metragem The big frost<\/strong><\/em>, mais recente projeto da Cia. Zikzira Teatro F\u00edsico<\/a>. Com cerca de 5 mil habitantes, nove blocos de apartamentos, e uma arquitetura moderna bel\u00edssima, o Bairro Popular – mais conhecido como IAPI – se tornou o grande ‘achado’ da companhia e mudou o rumo inicial do filme.<\/span><\/p>\n “Durante nossa procura por loca\u00e7\u00f5es, nos deparamos com um universo muito interessante no IAPI. No meio daquela arquitetura forte havia mais de 5 mil pessoas morando, sentimos ao mesmo tempo uma solid\u00e3o e um formigueiro ali. A comunidade nos recebeu muito bem, foram todos receptivos. Conseguimos que tr\u00eas moradores cedessem seus apartamentos para n\u00f3s morarmos e gravarmos”, lembra a core\u00f3grafa da Zikzira, Fernanda Lippi. Para viver o cotidiano dos moradores do IAPI, a equipe envolvida na filmagem morou durante um m\u00eas no apartamento de dona Hermelinda.<\/span><\/p>\n Dirigido pelo su\u00ed\u00e7o Andr\u00e9 Semenza – que tamb\u00e9m integra a Zikzira – o curta se passa em uma noite na vida de dois moradores do conjunto: uma mulher que nunca dorme e vive num mundo de fantasias e um homem son\u00e2mbulo que vagueia cantanto pelos corredores. “Eles nunca se encontram, apesar de ele morar no apartamento embaixo do dela. O canto dele a leva a entrar na fantasia do \u00fanico objeto que ela tem no quarto, o livro Orlando, de Virginia Woolf”, explica Fernanda. A mulher \u00e9 vivida pela bailarina australiana Paula Lay e o homem, pelo sopranista Rodrigo Firpi.<\/span><\/p>\n A rela\u00e7\u00e3o que se firmou entre a Zikzira e o conjunto habitacional fez com que a companhia modificasse o rumo inicial do projeto, que acabou se ampliando. Em poucos dias, todos os envolvidos j\u00e1 estavam inseridos no cotidiano do local, que tem hor\u00e1rios e comportamentos espec\u00edficos. Essa liga\u00e7\u00e3o entre dan\u00e7a, espa\u00e7o e realidade suscita uma boa discuss\u00e3o: The big frost<\/strong><\/em> pode ser considerado videodan\u00e7a? “A arquitetura do lugar tem movimento, uma coreografia constante, mas eu n\u00e3o considero o filme reflexo da videodan\u00e7a feita hoje”, acredita Fernanda, lembrando que o ponto de partida do projeto foi a resid\u00eancia de Paula. “\u00c9 dif\u00edcil rotular, mas a motiva\u00e7\u00e3o \u00e9 diferente. Nosso objetivo n\u00e3o foi usar o corpo como ferramenta ou como elemento principal da hist\u00f3ria. Ele entrou no cotidiano realista”, acrescenta. Esse realismo tamb\u00e9m est\u00e1 simbolizado na figura do seu Chico, de 78 anos, h\u00e1 50 morando no IAPI. Ele foi convidado pela equipe para encarnar um seguran\u00e7a que ajuda a guiar o son\u00e2mbulo em uma das cenas. As filmagens duraram tr\u00eas semanas e terminaram no fim de julho e agora o material filmado est\u00e1 em fase de edi\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n The big frost<\/strong><\/em> \u00e9 o resultado da resid\u00eancia da australiana Paula Lay, que passou tr\u00eas meses em Belo Horizonte, trabalhando com a Zikzira dentro do projeto Artist in residence. “Est\u00e1vamos sentindo a necessidade de trocar experi\u00eancias com outros artistas. Esse programa teria os moldes dos realizados nos anos 60, em que os artistas tinham mais tempo para trabalhar”, explica a core\u00f3grafa da Zikzira. “Queremos repetir a dose em 2010. Aceitamos inscri\u00e7\u00f5es de artistas nacionais e internacionais. Mas procuramos artistas realmente interessados em desenvolver uma pesquisa a longo prazo, aprofundada. N\u00e3o queremos funcionar apenas como uma ponte para institui\u00e7\u00f5es internacionais”.<\/span><\/p>\n O idan\u00e7a quer saber<\/strong>: Para voc\u00ea, o que \u00e9 videodan\u00e7a?<\/span><\/p>\n Leia tamb\u00e9m: O corpo na videodan\u00e7a<\/em><\/a><\/span><\/p>\n