{"id":19222,"date":"2011-12-16T19:23:39","date_gmt":"2011-12-16T22:23:39","guid":{"rendered":"http:\/\/beta.idanca.net\/?p=19222"},"modified":"2011-12-23T17:44:47","modified_gmt":"2011-12-23T20:44:47","slug":"natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/","title":{"rendered":"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade"},"content":{"rendered":"

Black out<\/em>. Fim da pe\u00e7a. Estou na plat\u00e9ia, Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> acaba e n\u00e3o sei bem o que dizer. Me falta a palavra, o organiza\u00e7\u00e3o do pensamento, apesar do desejo de ter a palavra, de falar sobre o acontecido, de abrir minhas conex\u00f5es com o espet\u00e1culo. Digo frases breves, sobre gosto, e elas me parecem insuficientes. Tomo essa sensa\u00e7\u00e3o de me ver sem vocabul\u00e1rio como uma monstruosidade. Aceitando-a, percebo essa lacuna, esses buracos simb\u00f3licos que a pe\u00e7a me causa, como uma pot\u00eancia auto -reflexiva: se n\u00e3o sei o que dizer, talvez seja porque os conceitos ainda estejam pra ser formados, as sensa\u00e7\u00f5es ainda precisam ganhar corpo, preciso ainda imergir na pe\u00e7a e abrir minha experi\u00eancia. \u00c9 importante que eu fale para ter o que falar. Diante de certa confus\u00e3o, entendo a escrita em primeira pessoa como um caminho para me colocar diante da obra e criar caminhos conjuntos de conviv\u00eancia. \u00c9 este o sentido deste ensaio: o de limpar e organizar meu vocabul\u00e1rio a partir do que Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> me prop\u00f5e como espectador. Acompanhando, h\u00e1 algum tempo, o trabalho da Marcela Levi, lembro de j\u00e1 ter passado por isso antes, de j\u00e1 ter reorganizado meu vocabul\u00e1rio a partir de obras como Em redor do Buraco tudo \u00e9 Beira<\/em><\/strong> e In-organic<\/em><\/strong>. Encontro nessa uma a\u00e7\u00e3o restauradora da arte, a de n\u00e3o deixar a vida se cristalizar em conceitos, mas do contr\u00e1rio, fazer dos conceitos mat\u00e9ria viva.<\/p>\n

Essa capacidade de vivenciar os conceitos coloca uma quest\u00e3o importante \u00e0 arte contempor\u00e2nea: em que medida h\u00e1 interesse pela comunica\u00e7\u00e3o, onde de fato est\u00e1 a sua barreira, por onde medir a opacidade. Visto a enorme considera\u00e7\u00e3o simb\u00f3lica da arte, fico especialmente instigado pela falta de imediatismo na fala que Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> me causa. Habitado por ela, me deixo levar at\u00e9 que tenha algo a dizer. Entendo que essa capacidade de habita\u00e7\u00e3o \u00e9 uma potente forma de comunica\u00e7\u00e3o, uma forma que pouco aceita repostas curtas e que n\u00e3o cessa com aplausos ao fim do espet\u00e1culo (de todas as respostas do p\u00fablico podemos pensar que essa \u00e9 uma das mais curtas!). H\u00e1 pe\u00e7as com as quais simplesmente n\u00e3o me comunico, e h\u00e1 outras em que n\u00e3o sei o que dizer, mas desejo dizer. \u00c9 a ativa\u00e7\u00e3o do desejo a medida da opacidade, n\u00e3o o verbo.<\/p>\n

Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> me habita e fico instigado a encontrar na pr\u00f3pria pe\u00e7a o vocabul\u00e1rio para falar sobre ela. Esse movimento j\u00e1 \u00e9 forte em si, porque fomenta a imagem e o meu olhar a se esquivar dos clich\u00eas. No que diz respeito \u00e0 lida com os clich\u00eas, parece haver dois bons caminhos – do qual Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> segue o segundo: O primeiro \u00e9 um caminho em que as pessoas trabalham sobre os clich\u00eas para ultrapass\u00e1-lo: o que se v\u00ea \u00e9 t\u00e3o conhecido que se mostra insuficiente e por permanecer presente pede ao espectador para ver mais, para ver al\u00e9m \u2013 e \u00e9 fant\u00e1stico quando conseguimos ir al\u00e9m. O outro caminho me tira as refer\u00eancias mais diretas e me pede um trabalho de encontrar na pr\u00f3pria obra as liga\u00e7\u00f5es a serem feitas. Neste sentido, Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> \u00e9 um nome perfeito: primeiro, porque um monstro \u00e9 aquilo que por excel\u00eancia n\u00e3o tem defini\u00e7\u00e3o; \u00e9 aquilo que n\u00e3o encontra par\u00e2metro externo, \u00e9 o que dificulta a met\u00e1fora! Monstruoso \u00e9 a qualidade de tudo o que n\u00e3o se enquadra em qualquer categoria que n\u00e3o a dos sem-categoria. Nomear a natureza de monstruosa \u00e9 ainda mais instigante porque dessacraliza-a, porque coloca-a em descoberta, tira-lhe a moral. Aquilo que comumente aceitamos como o j\u00e1 dado (a natureza) \u00e9 visto como sem defini\u00e7\u00e3o (monstruosa). Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> beira o ox\u00edmoro.<\/p>\n

Ante a comunica\u00e7\u00e3o direta, me vejo partilhando de uma experi\u00eancia de estranhamento. J\u00e1 ao entrar no espa\u00e7o, a arquitetura se anuncia seu desequil\u00edbrio numa sala retangular reenquadrada por uma arquibancada descentralizada, um espa\u00e7o c\u00eanico que n\u00e3o se fecha simetricamente por ser dotado de uma \u00fanica coxia, que, diferente do uso habitual, \u00e9 parte expl\u00edcita da cena, ainda que me prive o acesso.<\/p>\n

Uma pel\u00facia marrom cobre todo o ch\u00e3o e coxia adentro. Entre o convite \u00e0 fric\u00e7\u00e3o libidinosa do corpo no pelo e a repulsa da cor, experimento uma dubiedade de sensa\u00e7\u00f5es. A jun\u00e7\u00e3o de texturas que n\u00e3o d\u00e3o uniformidade, o monte de cabelo sint\u00e9tico castanho, outro monte feito de uma trama de barbantes marrons, e a escovada irregular da pel\u00facia, todos esses elementos criam uma extens\u00e3o de espa\u00e7o fant\u00e1stica \u2013 entre a percep\u00e7\u00e3o metaf\u00f3rica de um campo \u00e1rido, e sua concretude de pel\u00facia. A coxia se configura como um extracampo que amplia indefinidamente a extens\u00e3o da pel\u00facia, tornando-a inclusive ch\u00e3o, e n\u00e3o tapete. N\u00e3o algo que se coloca sobre, mas algo em si, a pel\u00facia cria o ambiente, se torna, neste sentido, concretamente um campo, um espa\u00e7o, ao inv\u00e9s de se configurar como um objeto c\u00eanico. Mesmo a ilumina\u00e7\u00e3o, em duas temperaturas de cor, parece priorizar a pel\u00facia aos bailarinos e contribui ainda mais para o entendimento de ambi\u00eancia. Talvez seja esse direcionamento ao ambiente, o que fa\u00e7a do B.O. um corte dramaturgico, que mais do que uma elipse temporal, aponta para uma mudan\u00e7a de estado.<\/p>\n

Me atraio pela repulsa em Natureza Monstruosa<\/em><\/strong>, e a repulsa ganha for\u00e7a quando a primeira int\u00e9rprete, Clarissa R\u00eago, entra em cena. Com uma express\u00e3o ao mesmo tempo alegre e distante, que beira a ironia e o cartunesco, mudo minha mirada do rosto para o p\u00e9. \u00c9 sua pisada que parece dar a motiva\u00e7\u00e3o de sua express\u00e3o facial, \u00e9 por pisar sem criar base no ch\u00e3o e agir como se isso fosse normal que encontro pistas para o acontecimento. Lembro de uma passagem de Rosalind Krauss que falava da estranheza das esculturas figurativas de Rodin, por que os m\u00fasculos ativados nos corpos esculpidos n\u00e3o eram os m\u00fasculos que o esfor\u00e7o que esses corpos figuravam, pedia. Em certa propor\u00e7\u00e3o, Clarissa passa a sensa\u00e7\u00e3o de ativar um p\u00f3lo inverso pra pisar, como se a for\u00e7a estive em cima da perna, na bacia, e n\u00e3o no contato com o ch\u00e3o. A pisada sem base gera uma apreens\u00e3o ainda mais repulsiva da pel\u00facia.<\/p>\n

Com efeito, sendo a pel\u00facia mais ch\u00e3o do que objeto c\u00eanico, minha percep\u00e7\u00e3o de Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> \u00e9 a de uma escultura de environmental art <\/em>que usa corpos vivos para se moldar. Os movimentos repetitivos e circunscritos a um canto do espa\u00e7o, desde a entrada de Clarissa sucedidos por Jo\u00e3o Lima e Laura Samy, causam tamanho desequil\u00edbrio e desconforto na vis\u00e3o que me fizeram, por vezes, virtualizar extensivamente pelo ambiente os movimentos dos int\u00e9rpretes e percebendo-os sempre em rela\u00e7\u00e3o ao todo do espa\u00e7o. Sinto como se apesar do foco, estivesse sempre percebendo em plano aberto, jamais fechando meu enquadramento, quando muito desfocando outras \u00e1reas, mas sempre percebendo cada a\u00e7\u00e3o como ao mesmo tempo dotada e formadora de contexto. Talvez seja essa percep\u00e7\u00e3o expandida de n\u00e3o conseguir ver os corpos sem perceb\u00ea-los em rela\u00e7\u00e3o, o que me faz atribuir \u00e0 pe\u00e7a o estatuto de escultura.<\/p>\n

A pel\u00facia suscita a ambi\u00eancia, e os corpos trazem dois fortes movimentos: por vezes tomam a a\u00e7\u00e3o, por outra se apresentam tomados por ela. S\u00e3o pequenos transes em que os int\u00e9rpretes engendram e que se diferenciam de outras partituras que eles performam.\u00a0 Testemunhar essa invers\u00e3o que o transe propicia, a de ser tomado por um movimento ao inv\u00e9s de mover-se \u00e9 uma qualidade muito singular, e acontece de maneira muito recorrente nos rompantes de Laura, e mesmo no uso da palavra pelo Jo\u00e3o. Com efeito, seu sotaque pernambucano \u00e9 uma grande ajuda ao texto, por trazer uma melodia a estrutura po\u00e9tica que tornam os versos, mais pr\u00f3ximos, e neste sentido \u201caud\u00edveis.\u201d Sua motiva\u00e7\u00e3o em falar, sendo tomado pelo texto, podendo se arrastar por que fala, a falar por que se arrasta, cria a pung\u00eancia de um acontecimento.<\/p>\n

Aqui, enquanto escrevo, penso sobre a dramaturgia da repeti\u00e7\u00e3o na pe\u00e7a e acho que ela \u00e9 sintom\u00e1tica desse sentimento amb\u00edguo de erotiza\u00e7\u00e3o e repulsa. Os c\u00edrculos das duas int\u00e9rpretes e a reta do Jo\u00e3o me voltam \u00e0 cabe\u00e7a como versos imag\u00e9ticos. Imagens que aos poucos ganham corpo, imagens que aos poucos ganham meu corpo e que se iniciam fora do clich\u00ea, mas que se fixam na repeti\u00e7\u00e3o. Repeti\u00e7\u00e3o, que \u00e9 por excel\u00eancia o constitutivo do clich\u00ea, neste caso, me enfraquece como espectador, deixando-me desconfort\u00e1vel, e me cansando a ponto de eu desejar que parem os c\u00edrculos, as corridas, e a sonoplastia incessante de um cavalgar hiperb\u00f3lico feito com as m\u00e3os contra o t\u00f3rax na priva\u00e7\u00e3o da coxia. Um acontecimento que se d\u00e1 diante de mim, mas que, muito comumente, s\u00f3 acesso seu resultado, chegando a questionar se de fato ele acontece ao vivo ou n\u00e3o, chegando a questionar se essa cavalgada do Jo\u00e3o sobreposta aos gritos graves da Laura \u00e9 a parte mais divertida da pe\u00e7a e a que s\u00f3 os int\u00e9rpretes t\u00eam acesso ou n\u00e3o. Essa sonoplastia repetitiva, que em algum lugar eu sei que n\u00e3o vai parar, e que em algum lugar eu inclusive desejo que n\u00e3o pare, porque me d\u00e1 prazer a sensa\u00e7\u00e3o de perder a for\u00e7a e de ser atra\u00eddo pelo que repulso, essa ambiguidade entre querer-n\u00e3o-quererendo<\/em> que pare, me insere num jogo. Uma intera\u00e7\u00e3o rara que vem do pr\u00f3prio ato de contemplar\u00a0e que vem justo de um protocolo c\u00eanico: o de contemplar n\u00e3o segundo a minha temporalidade \u2013 e meus quereres \u2013, mas segundo a temporalidade da pe\u00e7a, sua dura\u00e7\u00e3o. Nesse sentido, Natureza Monstruosa<\/em><\/strong> \u00e9 uma escultura c\u00eanica<\/em>. Se fosse s\u00f3 uma escultura, eu ficaria diante dela o tempo que quisesse e sairia sem maior moral. Na caixa escura, n\u00e3o. Dada a dura\u00e7\u00e3o c\u00eanica, a dura\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u2013 daquilo que me constitui espectador -, sair \u00e9 romper, \u00e9 uma atitude.<\/p>\n

Entre as imagens que se organizam por repeti\u00e7\u00e3o no espet\u00e1culo, chama a aten\u00e7\u00e3o as risadinhas quando os tr\u00eas est\u00e3o deitados no ch\u00e3o. \u00a0Os tr\u00eas int\u00e9rpretes rindo conectam diretamente com a Marcela Levi no Em Redor do Buraco Tudo \u00e9 Beira<\/em><\/strong> e cria um di\u00e1logo de autor entre essas obras. Um vocabul\u00e1rio que surge de um di\u00e1logo com outras obras da autora e que, por essa dimens\u00e3o temporal, for\u00e7a o desejo de investigar mais essa risada, ou de no m\u00ednimo dar mais ouvidos a esta risada. Por outro lado \u00e9 tamb\u00e9m s\u00f3 isso mesmo, um momento inoportuno de risada, que \u00e9 tamb\u00e9m um descanso e mesmo um distanciamento do acontecimento – ainda que parte dele.<\/p>\n

A risada for\u00e7ada, as bocas abertas, as vocaliza\u00e7\u00f5es colocam a quest\u00e3o de que, conscientemente ou n\u00e3o, a produ\u00e7\u00e3o de libido que gera a dramaturgia dessa pe\u00e7a talvez tenha migrado dos \u00f3rg\u00e3os genitais \u2013 como era t\u00e3o forte no In-organic<\/em><\/strong> e em a massa de sentidos<\/em><\/strong> \u2013 para o\u00a0sistema digestivo. \u00c9 a boca que ativa a dramaturgia da pe\u00e7a, e vemos int\u00e9rpretes que invertem os gritos inspirando ar ao inv\u00e9s de expir\u00e1-lo, lambendo cabelos sint\u00e9ticos, vocalizando de boca em boca, produzindo restos metaforizados, dejetos de um mundo destru\u00eddo como a fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica que a pe\u00e7a num dado momento prop\u00f5e, e mesmo no peristaltismo das cavalgadas.<\/p>\n

De todas as imagens, talvez a \u00fanica que surge explicitamente do clich\u00ea \u00e9 a do Centauro. Por diferir tanto das outras imagens em constru\u00e7\u00e3o, acho especialmente interessante o uso do B.O. neste momento, pois se torna um corte dramat\u00fargico de fato! Atitude t\u00e9cnica cortante, o B.O. me permite a surpresa justo com a imagem clicheica. Uma imagem que nos chega pronta. Uma imagem sem processo de forma\u00e7\u00e3o para acompanharmos, sem explica\u00e7\u00e3o nem encadeamento, apenas j\u00e1 imagem. \u00a0Simples assim, sem nenhum dos acontecimentos anteriores servindo de aviso para uma imagem maior, ou melhor, estruturada prestes a se formar. Mesmo quando em retrospecto sabe-se que o Centauro se molda pela presen\u00e7a da Laura embaixo da trama de barbantes e a acoplagem nela pelo Jo\u00e3o. Se movimentos anteriores importam pouco como constru\u00e7\u00e3o dessa imagem, n\u00e3o se pode dizer o mesmo de sua desconstru\u00e7\u00e3o. A sa\u00edda vagarosa de Laura, somente com a cabe\u00e7a para fora da trama marrom, reconfigura o arqu\u00e9tipo. A cabe\u00e7a descolada de qualquer corpo, justaposta ao Centauro presente \u00e9 uma imagem fort\u00edssima que os dois criam!<\/p>\n

Dentre as v\u00e1rias invers\u00f5es que a pe\u00e7a nos prop\u00f5e, h\u00e1 o texto que a Clarissa leva no bra\u00e7o. Um texto apocal\u00edptico que ao mesmo tempo retira o tom apocal\u00edptico da pe\u00e7a. A impress\u00e3o \u00e9 a de que ele novamente concretiza os acontecimentos e tira qualquer tentativa de abstra\u00e7\u00e3o da dramaturgia. Se antes os acontecimentos podiam se metaforizar no discurso de fim da humanidade, a presen\u00e7a de um texto que justo versa sobre isso, tira de toda a\u00e7\u00e3o esse peso denotativo, e de toda imagem a necessidade do simb\u00f3lico. Sob esse aspecto, \u00e9 muito melhor ler essa fic\u00e7\u00e3o do que imagin\u00e1-la! Esse texto libera as imagens, mesmo que ao pre\u00e7o de eu n\u00e3o saber o que falar sobre elas em seu exato fim. Mesmo me dedicando a deixar o tempo passar e os acontecimentos me nutrirem. Essa liberdade que o tom fant\u00e1stico do texto na pe\u00e7a traz aos acontecimentos, seu paradoxo de em inventar, concretizar, \u00e9 um dos usos mais potentes da fic\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Leia tamb\u00e9m: Refer\u00eancias inesperadas para misturar linguagens<\/a><\/p>\n

#Siga o idan\u00e7a no twitter<\/a>.<\/p>\n

Felipe Ribeiro \u00e9 Mestre em Cinema Studies pela NYU, curador independente e artista visual, pesquisador associado do Instituto de Artes Visuais da UERJ. Autor de v\u00eddeo-instala\u00e7\u00f5es, escreveu e dirigiu Trans-Tv.\u00a0Atualmente trabalha em parceria com a core\u00f3grafa Denise Stutz em Justo uma Imagem e Espalha pra Geral! \u2013 espet\u00e1culos de dan\u00e7a e tecnologias de v\u00eddeo. Comp\u00f5e a Dire\u00e7\u00e3o Art\u00edstica da Plataforma Atos de Fala.<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O artista e curador Felipe Ribeiro assistiu ao espet\u00e1culo Natureza Monstruosa, de Marcela Levi, e escreve sobre suas impress\u00f5es. Leia e deixe seu coment\u00e1rio. <\/p>\n","protected":false},"author":1844,"featured_media":19226,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_mi_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[28],"tags":[1037],"yoast_head":"\nNatureza Monstruosa: notas para espectadoriedade -<\/title>\n<meta name=\"robots\" content=\"index, follow, max-snippet:-1, max-image-preview:large, max-video-preview:-1\" \/>\n<link rel=\"canonical\" href=\"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/\" \/>\n<meta property=\"og:locale\" content=\"pt_BR\" \/>\n<meta property=\"og:type\" content=\"article\" \/>\n<meta property=\"og:title\" content=\"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade -\" \/>\n<meta property=\"og:description\" content=\"O artista e curador Felipe Ribeiro assistiu ao espet\u00e1culo Natureza Monstruosa, de Marcela Levi, e escreve sobre suas impress\u00f5es. Leia e deixe seu coment\u00e1rio.\" \/>\n<meta property=\"og:url\" content=\"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/\" \/>\n<meta property=\"article:publisher\" content=\"http:\/\/www.facebook.com\/idanca.net\" \/>\n<meta property=\"article:published_time\" content=\"2011-12-16T22:23:39+00:00\" \/>\n<meta property=\"article:modified_time\" content=\"2011-12-23T20:44:47+00:00\" \/>\n<meta property=\"og:image\" content=\"https:\/\/idanca.net\/wp-content\/uploads\/2011\/12\/natureza-monstruosa_foto_paula_kossatz.jpg\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:width\" content=\"640\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:height\" content=\"427\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:type\" content=\"image\/jpeg\" \/>\n<meta name=\"author\" content=\"Felipe Ribeiro\" \/>\n<meta name=\"twitter:label1\" content=\"Escrito por\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data1\" content=\"Felipe Ribeiro\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:label2\" content=\"Est. tempo de leitura\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data2\" content=\"12 minutos\" \/>\n<script type=\"application\/ld+json\" class=\"yoast-schema-graph\">{\"@context\":\"https:\/\/schema.org\",\"@graph\":[{\"@type\":\"WebPage\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/\",\"url\":\"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/\",\"name\":\"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade -\",\"isPartOf\":{\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#website\"},\"datePublished\":\"2011-12-16T22:23:39+00:00\",\"dateModified\":\"2011-12-23T20:44:47+00:00\",\"author\":{\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/9571ca6f7e63d1fe50e027cf9bb95d1f\"},\"breadcrumb\":{\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/#breadcrumb\"},\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"potentialAction\":[{\"@type\":\"ReadAction\",\"target\":[\"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/\"]}]},{\"@type\":\"BreadcrumbList\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/#breadcrumb\",\"itemListElement\":[{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":1,\"name\":\"Home\",\"item\":\"https:\/\/idanca.net\/\"},{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":2,\"name\":\"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade\"}]},{\"@type\":\"WebSite\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#website\",\"url\":\"https:\/\/idanca.net\/\",\"name\":\"\",\"description\":\"portal de not\u00edcias sobre dan\u00e7a brasileira e internacional\",\"potentialAction\":[{\"@type\":\"SearchAction\",\"target\":{\"@type\":\"EntryPoint\",\"urlTemplate\":\"https:\/\/idanca.net\/?s={search_term_string}\"},\"query-input\":\"required name=search_term_string\"}],\"inLanguage\":\"pt-BR\"},{\"@type\":\"Person\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/9571ca6f7e63d1fe50e027cf9bb95d1f\",\"name\":\"Felipe Ribeiro\",\"image\":{\"@type\":\"ImageObject\",\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/image\/\",\"url\":\"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/61d8e85f72ff5ecb8c55381c02b803a8?s=96&d=mm&r=g\",\"contentUrl\":\"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/61d8e85f72ff5ecb8c55381c02b803a8?s=96&d=mm&r=g\",\"caption\":\"Felipe Ribeiro\"},\"url\":\"https:\/\/idanca.net\/author\/feliperibeiro\/\"}]}<\/script>\n<!-- \/ Yoast SEO plugin. -->","yoast_head_json":{"title":"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade -","robots":{"index":"index","follow":"follow","max-snippet":"max-snippet:-1","max-image-preview":"max-image-preview:large","max-video-preview":"max-video-preview:-1"},"canonical":"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/","og_locale":"pt_BR","og_type":"article","og_title":"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade -","og_description":"O artista e curador Felipe Ribeiro assistiu ao espet\u00e1culo Natureza Monstruosa, de Marcela Levi, e escreve sobre suas impress\u00f5es. Leia e deixe seu coment\u00e1rio.","og_url":"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/","article_publisher":"http:\/\/www.facebook.com\/idanca.net","article_published_time":"2011-12-16T22:23:39+00:00","article_modified_time":"2011-12-23T20:44:47+00:00","og_image":[{"width":640,"height":427,"url":"https:\/\/idanca.net\/wp-content\/uploads\/2011\/12\/natureza-monstruosa_foto_paula_kossatz.jpg","type":"image\/jpeg"}],"author":"Felipe Ribeiro","twitter_misc":{"Escrito por":"Felipe Ribeiro","Est. tempo de leitura":"12 minutos"},"schema":{"@context":"https:\/\/schema.org","@graph":[{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/","url":"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/","name":"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade -","isPartOf":{"@id":"https:\/\/idanca.net\/#website"},"datePublished":"2011-12-16T22:23:39+00:00","dateModified":"2011-12-23T20:44:47+00:00","author":{"@id":"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/9571ca6f7e63d1fe50e027cf9bb95d1f"},"breadcrumb":{"@id":"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/#breadcrumb"},"inLanguage":"pt-BR","potentialAction":[{"@type":"ReadAction","target":["https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/"]}]},{"@type":"BreadcrumbList","@id":"https:\/\/idanca.net\/natureza-monstruosa-notas-para-espectadoriedade\/#breadcrumb","itemListElement":[{"@type":"ListItem","position":1,"name":"Home","item":"https:\/\/idanca.net\/"},{"@type":"ListItem","position":2,"name":"Natureza Monstruosa: notas para espectadoriedade"}]},{"@type":"WebSite","@id":"https:\/\/idanca.net\/#website","url":"https:\/\/idanca.net\/","name":"","description":"portal de not\u00edcias sobre dan\u00e7a brasileira e internacional","potentialAction":[{"@type":"SearchAction","target":{"@type":"EntryPoint","urlTemplate":"https:\/\/idanca.net\/?s={search_term_string}"},"query-input":"required name=search_term_string"}],"inLanguage":"pt-BR"},{"@type":"Person","@id":"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/9571ca6f7e63d1fe50e027cf9bb95d1f","name":"Felipe Ribeiro","image":{"@type":"ImageObject","inLanguage":"pt-BR","@id":"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/image\/","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/61d8e85f72ff5ecb8c55381c02b803a8?s=96&d=mm&r=g","contentUrl":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/61d8e85f72ff5ecb8c55381c02b803a8?s=96&d=mm&r=g","caption":"Felipe Ribeiro"},"url":"https:\/\/idanca.net\/author\/feliperibeiro\/"}]}},"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19222"}],"collection":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1844"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=19222"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/19222\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/media\/19226"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=19222"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=19222"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=19222"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}