{"id":23577,"date":"2013-05-09T17:21:35","date_gmt":"2013-05-09T20:21:35","guid":{"rendered":"https:\/\/idanca.net\/?p=23577"},"modified":"2013-05-29T09:10:07","modified_gmt":"2013-05-29T12:10:07","slug":"ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/","title":{"rendered":"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais"},"content":{"rendered":"

Botes, Navios ou barquinhos, espa\u00e7os flutuantes e ef\u00eameros.
\nNavegar \u00e9 preciso, viver n\u00e3o \u00e9 preciso
\nQuando as bordas viram centro e o centro vira borda
\nensaio sobre residencias art\u00edsticas como experiencias relacionais<\/p>\n

Um texto de Dally\u00a0Velloso Lemos Schwarz (PPGAV\/UFRJ)<\/p>\n

Um navio \u00e9 um peda\u00e7o flutuante de espa\u00e7o, um lugar sem lugar, que existe por si s\u00f3, que \u00e9 fechado sobre si mesmo e que ao mesmo tempo \u00e9 dado \u00e0 infinitude do mar. E, de porto em porto, de bordo a bordo, de bordel a bordel, um navio vai t\u00e3o longe como uma col\u00f4nia em busca dos mais preciosos tesouros que se escondem nos jardins. Perceberemos tamb\u00e9m que o navio tem sido, na nossa civiliza\u00e7\u00e3o, desde o s\u00e9culo dezesseis at\u00e9 os nossos dias, o maior instrumento de desenvolvimento econ\u00f4mico [\u2026] e simultaneamente o grande escape da imagina\u00e7\u00e3o. O navio \u00e9 a heterotopia por excel\u00eancia. Em civiliza\u00e7\u00f5es sem barcos, esgotam-se os sonhos, e a aventura \u00e9 substitu\u00edda pela espionagem, os piratas pelas pol\u00edcias (FOUCAULT, 1967, p. 7).<\/p>\n

O que leva os artistas a fazerem resid\u00eancias? Sair de sua rotina de trabalho para participar de uma experiencia imersiva num tempo espa\u00e7o diferente? Ficar desconectado de suas redes sociais e rede de e-mails?Sair de suas casas, ateliers, espa\u00e7os de cria\u00e7\u00e3o? sair da cidade?Por que se desconectar? Talvez essas perguntas n\u00e3o tenham respostas t\u00e3o precisas, mas est\u00e3o me fazendo pensar sobre a experiencia da residencia. Depois de passar por um processo recente na Resid\u00eancia Corpografias<\/a> da Cia Flux de Ipatinga, resolvi espacializar o pensamento e tentar entender melhor um processo que ainda estou digerindo.<\/p>\n

A resid\u00eancia \u00e9 um formato que est\u00e1 ficando cada vez mais comum na rotina de trabalho e forma\u00e7\u00e3o dos artistas em espa\u00e7os diversos e que muitas vezes fogem do campo da arte. Entend\u00ea-la como parte do processo de cria\u00e7\u00e3o \u00e9 entender as possibilidades da arte contempor\u00e2nea, da dan\u00e7a contempor\u00e2nea e do contempor\u00e2neo. Esse momento contempor\u00e2neo em que a fragmenta\u00e7\u00e3o do tempo\/espa\u00e7o n\u00e3o se d\u00e1 somente na\u00a0 rela\u00e7\u00e3o entre real e virtual, mas na converg\u00eancias midi\u00e1ticas, nos deslocamentos e travessias tempor\u00e1rias e em outras colagens e possibilidades de articular esses dois vetores t\u00e3o modernos que marcam um tipo de experiencia.<\/p>\n

Uma fuga da cidade pode sugerir novas formas de se relacionar e perceber esse modelo de experiencia de rela\u00e7\u00f5es sociais em que vivemos. A cidade, me parece estar em crise j\u00e1 tem um tempo, e todo esse discurso e resgate dos espa\u00e7os fora do centro, est\u00e3o cada vez mais valorizados. A experiencia da residencia Corpografias, atrav\u00e9s da minha percep\u00e7\u00e3o, passou um pouco por esse lugar fora do centro, lugar de bordas. De fuga de um centro t\u00e3o determinado e habitado pelos discursos hegem\u00f4nicos e que faz eco em nossos discursos quando falamos e pensamos arte e dan\u00e7a. A hegemonia se encontra no mundo, na hist\u00f3ria da arte, hist\u00f3ria da dan\u00e7a, nas institui\u00e7\u00f5es e departamentos que s\u00e3o centro e centralizam, e por isso, se encontram tamb\u00e9m em nossos discursos.<\/p>\n

\"DSC03260\"<\/a><\/p>\n

Saindo do meu centro<\/strong><\/p>\n

Chegar a cidade de Ipatinga, localizada no estado de Minas Gerais e conhecer duas cias de dan\u00e7a (Cia Flux que ofereceu a residencia e a Cia Hibridus, que tem um trabalho hist\u00f3rico na cidade) foi determinante para todo o processo de resid\u00eancia. Entender as articula\u00e7\u00f5es entre dan\u00e7a, arte e sociedade na cidade, e quais as ideias e movimentos que habitavam aqueles corpos\u00a0 me abriu um pouco para o que estaria por vir nesse processo de oito dias de \u201cisolamento do meu mundo\u201d no S\u00edtio Recanto Verde. Esse isolamento de fato se deu, nossos telefones\u00a0 n\u00e3o tinham sinal, n\u00e3o t\u00ednhamos acesso a internet.\u00a0 Ficamos alienados do mundo cheio de informa\u00e7\u00f5es em que vivemos, desse fluxo do capital, e muitas vezes nosso corpo reagia no refluxo, como que desintoxicando dessa experiencia urbana, pedindo pela conex\u00e3o e pelas informa\u00e7\u00f5es. O tempo parecia s\u00f3 presente e as vezes passado, quando lembr\u00e1vamos da vida \u201cl\u00e1 fora\u201d. E uma das coisas paradoxais dessa experiencia era exatamente esse isolamento, provocado por um deslocamento,que me abriu para outro mundo, um mundo interior e muito, mas muito profundo.<\/p>\n

Apesar dessa ideia de interior e profundo soarem como um devaneio rom\u00e2ntico ultrapassado, o que quero dizer com essa frase clich\u00ea \u00e9: um mergulho profundo na nossa subjetividade, ou na de cada pessoa que passou por esse processo. Pois, apesar de vivermos nossa solid\u00e3o, a experiencia urbana,em cidade, favorece e valoriza pouco a solid\u00e3o. Estar s\u00f3 (realmente s\u00f3) pode ser um exerc\u00edcio interessante n\u00e3o s\u00f3 para o corpo, mas para refletir sobre o mundo.<\/p>\n

A contemporaneidade \u00e9 uma colagem de tempo-espa\u00e7o completamente amarrada pelas novas tecnologias de informa\u00e7\u00e3o. Isso j\u00e1 \u00e9 parte da constru\u00e7\u00e3o da nossa subjetividade. Os estudos sobre os usos das tecnologias podem nos provar o quanto elas s\u00e3o incorporadas por n\u00f3s e fazem parte do que chamamos de \u201ceu\u201d. Esse \u201ceu\u201d, essa identidade, tamb\u00e9m n\u00e3o deixa de ser um tanto quanto centralizada. Sair do nosso centro, do nosso eixo, \u00e9 se perder um pouco, e perder essa consci\u00eancia de peso,\u00a0equil\u00edbrio\u00a0 do corpo no espa\u00e7o. Mas o que proponho nessa reflex\u00e3o, \u00e9 que sair do centro e habitar as bordas, pode ser um processo subjetivo potencialmente radical e transformador, tanto para a arte e seus discursos hegem\u00f4nicos quanto para a vida, com seus discursos normativos. Permitir-se \u00a0a essa quebra de rotina.<\/p>\n

Quando digo uma experiencia de borda quero dizer que \u00e9 uma experiencia de transbordar. Um movimento que parte de um centro para a borda. Que se arrisca sair do eixo,\u00a0 entendendo que isso n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil. e se impressiona com aquilo que \u00e9 at\u00e9 ent\u00e3o desconhecido. A borda, \u00e9 uma dobra, a borda \u00e9 o limite para novas descobertas. Talvez nesse limite da borda, quando vira uma dobra, amplia o c\u00edrculo, reverbera, o dilata para alem do seu limite.<\/p>\n

\u00a0E habitar as bordas \u00e9 minha desconfian\u00e7a sobre uma poss\u00edvel quebra da hegemonia. E quebra da hegemonia primeiro em n\u00f3s mesmos. A descentraliza\u00e7\u00e3o come\u00e7a quando nos colocamos em cena\u00a0 ou em processo e tomamos pra n\u00f3s esse lugar de referencial. Perceba que n\u00e3o perdemos a referencia do eixo, pois ele \u00e9 estruturado e nos serve como par\u00e2metro. Mas ter a consci\u00eancia do eixo e partir para o deslocamento, as regi\u00f5es de borda \u00e9 um risco prazeroso de descoberta. E nesse sentido, podemos entender que as residencias s\u00e3o abrigos tempor\u00e1rios dos artistas, s\u00e3o essas moradas em que n\u00e3o nos fixamos e perdemos um pouco do nosso referencial subjetivo e identit\u00e1rio fixo. Espa\u00e7os \/ tempos que ativam outras percep\u00e7\u00f5es, ao ponto que nos colocam em contato com outros e nos tiram de nossa rotina, nosso eixo, nossa cidade, nossa vida \u00edntima, nossa realidade.<\/p>\n

\"DSC03275\"<\/a><\/p>\n

A perda do eixo para o encontro com as bordas<\/strong><\/p>\n

A proposta\u00a0 da 5a edi\u00e7\u00e3o do projeto Corpografias tinha como tem\u00e1tica \u201co corpo no encontro de si mesmo\u201d e a proposta pr\u00e1tica era o compartilhamento de metodologias de cada residente selecionado. Acredito que na residencia compartilhamos n\u00e3o s\u00f3 nossas metodologias, mas compartilhamos espa\u00e7os, intimidades, quartos, cr\u00edticas, m\u00fasicas. Esse compartilhamento que vai al\u00e9m do trabalho profissional, pois \u00e9 atravessado pelo afeto, \u00e9 influenciado pelo espa\u00e7o da casa. Os espa\u00e7os nos ajudam a construir nossas rela\u00e7\u00f5es, e isso tamb\u00e9m tem muito a ver com a quebra espa\u00e7o\/tempo da experiencia em residencia. A cidade \u00e9 o espa\u00e7o de rela\u00e7\u00f5es ef\u00eamera, superficiais. De problemas de falta de espa\u00e7o, do n\u00e3o incentivo ao uso comum e p\u00fablico. Estamos cada vez mais individualistas e individuais. A casa tamb\u00e9m se reconfigurou com essas mudan\u00e7as nas rela\u00e7\u00f5es sociais e o atelier tamb\u00e9m. Ter um atelier no espa\u00e7o da cidade \u00e9 um luxo para muitos artistas. Os atelier coletivos surgem tamb\u00e9m na tentativa de quebrar com as dificuldades e propor novos compartilhamentos.<\/p>\n

Falamos em compartilhamento, constru\u00e7\u00f5es de rede. Se temos um mundo de informa\u00e7\u00f5es na internet,\u00e9 importante que existam canais de organiza\u00e7\u00e3o desse conte\u00fado que \u00e9 vasto e pode virar uma biblioteca de babel. E por isso entram os artistas tamb\u00e9m como mediadores. Aqueles que v\u00e3o multiplicar aquilo que conhecem, gostam e dessa forma facilitar a constru\u00e7\u00e3o de mapas afetivos e redes de contatos.\u00a0 Quando pensamos no artista, para alem de um profissional que tem um oficio, pensamos em um agenciador, como aponta bem o artista Ricardo Basbaum. O artista-etc que est\u00e1 inserido em diversos campos, e que articula e agencia, media. Esse \u00e9 o artista que conhecemos hoje, na cena contempor\u00e2nea e que da conta de coisas que v\u00e3o muito al\u00e9m daquela imagem cl\u00e1ssica e rom\u00e2ntica do artista solit\u00e1rio. As ferramentas do artista se ampliam, e o campo em que ele atua tamb\u00e9m<\/p>\n

Os artistas envolvidos no Corpografias 2013, cada um com sua bagagem distinta nos mostram que nessa multiplicidade de modos de fazer e pensar, conseguimos criar uma teia bem arrematada. A cada dia se percebiam-se conex\u00f5es e pontos de contato das pesquisas atrav\u00e9s de suas metodologias. E perceber isso \u00e9 entender mais um pouquinho o que \u00e9 o momento contempor\u00e2neo. E insisto nessa afirma\u00e7\u00e3o, pois entender o contempor\u00e2neo \u00e9 crucial para entendermos o que estamos produzindo e quais as possibilidades e amplitudes desse momento.<\/p>\n

O contempor\u00e2neo \u00e9 um momento critico, um momento de dif\u00edcil categoriza\u00e7\u00e3o. Ao mesmo tempo que valorizamos a pluralidade, as diferen\u00e7a, percebemos o quanto a metropoliza\u00e7\u00e3o e a globaliza\u00e7\u00e3o criam padr\u00f5es e formas que se repetem, e o diferente se torna igual. Ou se n\u00e3o \u00e9 igual, \u00e9 parecido. Pensar um pouquinho sobre essa possibilidade infinita de reinven\u00e7\u00e3o \u00e9 tamb\u00e9m cair na real que nossos limites e barreiras existem. E por isso, volto a dizer, como \u00e9 interessante se deparar com metodologias que tamb\u00e9m est\u00e3o limitadas em seus campos ou suas pesquisas.<\/p>\n

Quando n\u00f3s, artistas, pesquisamos o corpo (seja no dan\u00e7ar, no fazer, no olhar ou no pensar) estamos moldando corpos no mundo. E me deixa muito curiosa pensar que uma resid\u00eancia em que dan\u00e7amos quase todos os dias, me fizeram pensar e chegar a lugares da critica, do questionamento e do conhecimento equivalente ao estudo feito atrav\u00e9s de diversas leituras. A valoriza\u00e7\u00e3o da experi\u00eancia, do trabalho do atelier como trabalho intelectual, de pensamento. Fazer \u00e9 pensar. Dan\u00e7ar \u00e9 pensar.<\/p>\n

Mas as palavras tamb\u00e9m n\u00e3o d\u00e3o conta do recado. Elas s\u00e3o c\u00f3digos que resumem demais. O que estou tentando defender aqui, \u00e9 que colocar a m\u00e3o na massa, que fazer \u00e9 um tipo de estudo, a pr\u00e1tica \u00e9 t\u00e3o engrandecedora quanto aquilo que se resume a um \u201cestudo\u201d te\u00f3rico e mental a qual estamos totalmente submetidos em nossa forma\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Nossas m\u00e3os e corpos est\u00e3o tao alienados nos trabalhos di\u00e1rios ( e isso pode se resumir ao trabalho de cada artista participante) que permanecemos em nossos padr\u00f5es. Padr\u00f5es de pensamento, padr\u00f5es comportamentais. Padr\u00f5es de movimento. Isso pois \u00e9 nossa estrutura, nosso lugar de reconhecimento. Nosso centro. Mas e nossas bordas? Nossas potencias de transforma\u00e7\u00e3o e desdobramentos? Quando ser\u00e1 que essas bordas s\u00e3o despertadas? Ser\u00e1 que se pegarmos nossos padr\u00f5es e criarmos a partir deles estaremos nos desdobrando? Acho que sim.<\/p>\n

Abrir o campo para al\u00e9m da dan\u00e7a, pois do que pode hoje a dan\u00e7a? Sen\u00e3o se embaralhar nas possibilidades hibridas, mas sem perder tamb\u00e9m suas referencias pr\u00f3prias. Necessidades de acervos e de reconstru\u00e7\u00f5es de historias.\u00a0 Necessidades de organizar o conte\u00fado, de linearizar, ou de circundar. O encontro consigo mesmo s\u00f3 existe na rela\u00e7\u00e3o com o outro.<\/p>\n

*Dally\u00a0Velloso Lemos Schwarz \u00e9 menstranda em Linguagens Visuais no Programa de P\u00f3s Gradua\u00e7\u00e3o em Artes Visuais na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mora no Rio de Janeiro, local em que realiza suas pesquisas e pr\u00e1ticas art\u00edsticas relacionadas as quest\u00f5es da imagem, performance e do corpo feminino. Trabalha como arte educadora no Museu de Arte do Rio e \u00e9 criadora da plataforma Anticorpo (anticorpo.com), site que agrega artistas.<\/h6>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Botes, Navios ou barquinhos, espa\u00e7os flutuantes e ef\u00eameros. Navegar \u00e9 preciso, viver n\u00e3o \u00e9 preciso Quando as bordas viram centro e o centro vira borda ensaio sobre residencias art\u00edsticas como experiencias relacionais Um texto de Dally\u00a0Velloso Lemos Schwarz (PPGAV\/UFRJ) Um navio \u00e9 um peda\u00e7o flutuante de espa\u00e7o, um lugar sem lugar, que existe por si […]<\/p>\n","protected":false},"author":331,"featured_media":23584,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_mi_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[46,28],"tags":[2884,1999,5033],"yoast_head":"\nResid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais -<\/title>\n<meta name=\"robots\" content=\"index, follow, max-snippet:-1, max-image-preview:large, max-video-preview:-1\" \/>\n<link rel=\"canonical\" href=\"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/\" \/>\n<meta property=\"og:locale\" content=\"pt_BR\" \/>\n<meta property=\"og:type\" content=\"article\" \/>\n<meta property=\"og:title\" content=\"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais -\" \/>\n<meta property=\"og:description\" content=\"Botes, Navios ou barquinhos, espa\u00e7os flutuantes e ef\u00eameros. Navegar \u00e9 preciso, viver n\u00e3o \u00e9 preciso Quando as bordas viram centro e o centro vira borda ensaio sobre residencias art\u00edsticas como experiencias relacionais Um texto de Dally\u00a0Velloso Lemos Schwarz (PPGAV\/UFRJ) Um navio \u00e9 um peda\u00e7o flutuante de espa\u00e7o, um lugar sem lugar, que existe por si […]\" \/>\n<meta property=\"og:url\" content=\"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/\" \/>\n<meta property=\"article:publisher\" content=\"http:\/\/www.facebook.com\/idanca.net\" \/>\n<meta property=\"article:published_time\" content=\"2013-05-09T20:21:35+00:00\" \/>\n<meta property=\"article:modified_time\" content=\"2013-05-29T12:10:07+00:00\" \/>\n<meta property=\"og:image\" content=\"https:\/\/idanca.net\/wp-content\/uploads\/2013\/05\/DSC03216-1024x768.jpg\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:width\" content=\"1024\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:height\" content=\"768\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:type\" content=\"image\/jpeg\" \/>\n<meta name=\"author\" content=\"dalica\" \/>\n<meta name=\"twitter:label1\" content=\"Escrito por\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data1\" content=\"dalica\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:label2\" content=\"Est. tempo de leitura\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data2\" content=\"10 minutos\" \/>\n<script type=\"application\/ld+json\" class=\"yoast-schema-graph\">{\"@context\":\"https:\/\/schema.org\",\"@graph\":[{\"@type\":\"WebPage\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/\",\"url\":\"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/\",\"name\":\"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais -\",\"isPartOf\":{\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#website\"},\"datePublished\":\"2013-05-09T20:21:35+00:00\",\"dateModified\":\"2013-05-29T12:10:07+00:00\",\"author\":{\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/e6d0e69beb23a4e41d722617f6b047fe\"},\"breadcrumb\":{\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/#breadcrumb\"},\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"potentialAction\":[{\"@type\":\"ReadAction\",\"target\":[\"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/\"]}]},{\"@type\":\"BreadcrumbList\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/#breadcrumb\",\"itemListElement\":[{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":1,\"name\":\"Home\",\"item\":\"https:\/\/idanca.net\/\"},{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":2,\"name\":\"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais\"}]},{\"@type\":\"WebSite\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#website\",\"url\":\"https:\/\/idanca.net\/\",\"name\":\"\",\"description\":\"portal de not\u00edcias sobre dan\u00e7a brasileira e internacional\",\"potentialAction\":[{\"@type\":\"SearchAction\",\"target\":{\"@type\":\"EntryPoint\",\"urlTemplate\":\"https:\/\/idanca.net\/?s={search_term_string}\"},\"query-input\":\"required name=search_term_string\"}],\"inLanguage\":\"pt-BR\"},{\"@type\":\"Person\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/e6d0e69beb23a4e41d722617f6b047fe\",\"name\":\"dalica\",\"image\":{\"@type\":\"ImageObject\",\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"@id\":\"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/image\/\",\"url\":\"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/ebf4b715c3edb749fda4bb8fc9d58f7a?s=96&d=mm&r=g\",\"contentUrl\":\"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/ebf4b715c3edb749fda4bb8fc9d58f7a?s=96&d=mm&r=g\",\"caption\":\"dalica\"},\"sameAs\":[\"http:\/\/colagensdigitais.blogspot.com\"],\"url\":\"https:\/\/idanca.net\/author\/dalica\/\"}]}<\/script>\n<!-- \/ Yoast SEO plugin. -->","yoast_head_json":{"title":"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais -","robots":{"index":"index","follow":"follow","max-snippet":"max-snippet:-1","max-image-preview":"max-image-preview:large","max-video-preview":"max-video-preview:-1"},"canonical":"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/","og_locale":"pt_BR","og_type":"article","og_title":"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais -","og_description":"Botes, Navios ou barquinhos, espa\u00e7os flutuantes e ef\u00eameros. Navegar \u00e9 preciso, viver n\u00e3o \u00e9 preciso Quando as bordas viram centro e o centro vira borda ensaio sobre residencias art\u00edsticas como experiencias relacionais Um texto de Dally\u00a0Velloso Lemos Schwarz (PPGAV\/UFRJ) Um navio \u00e9 um peda\u00e7o flutuante de espa\u00e7o, um lugar sem lugar, que existe por si […]","og_url":"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/","article_publisher":"http:\/\/www.facebook.com\/idanca.net","article_published_time":"2013-05-09T20:21:35+00:00","article_modified_time":"2013-05-29T12:10:07+00:00","og_image":[{"width":1024,"height":768,"url":"https:\/\/idanca.net\/wp-content\/uploads\/2013\/05\/DSC03216-1024x768.jpg","type":"image\/jpeg"}],"author":"dalica","twitter_misc":{"Escrito por":"dalica","Est. tempo de leitura":"10 minutos"},"schema":{"@context":"https:\/\/schema.org","@graph":[{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/","url":"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/","name":"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais -","isPartOf":{"@id":"https:\/\/idanca.net\/#website"},"datePublished":"2013-05-09T20:21:35+00:00","dateModified":"2013-05-29T12:10:07+00:00","author":{"@id":"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/e6d0e69beb23a4e41d722617f6b047fe"},"breadcrumb":{"@id":"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/#breadcrumb"},"inLanguage":"pt-BR","potentialAction":[{"@type":"ReadAction","target":["https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/"]}]},{"@type":"BreadcrumbList","@id":"https:\/\/idanca.net\/ensaio-sobre-residencias-artisticas-como-experiencias-relacionais\/#breadcrumb","itemListElement":[{"@type":"ListItem","position":1,"name":"Home","item":"https:\/\/idanca.net\/"},{"@type":"ListItem","position":2,"name":"Resid\u00eancias art\u00edsticas como experi\u00eancias relacionais"}]},{"@type":"WebSite","@id":"https:\/\/idanca.net\/#website","url":"https:\/\/idanca.net\/","name":"","description":"portal de not\u00edcias sobre dan\u00e7a brasileira e internacional","potentialAction":[{"@type":"SearchAction","target":{"@type":"EntryPoint","urlTemplate":"https:\/\/idanca.net\/?s={search_term_string}"},"query-input":"required name=search_term_string"}],"inLanguage":"pt-BR"},{"@type":"Person","@id":"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/e6d0e69beb23a4e41d722617f6b047fe","name":"dalica","image":{"@type":"ImageObject","inLanguage":"pt-BR","@id":"https:\/\/idanca.net\/#\/schema\/person\/image\/","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/ebf4b715c3edb749fda4bb8fc9d58f7a?s=96&d=mm&r=g","contentUrl":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/ebf4b715c3edb749fda4bb8fc9d58f7a?s=96&d=mm&r=g","caption":"dalica"},"sameAs":["http:\/\/colagensdigitais.blogspot.com"],"url":"https:\/\/idanca.net\/author\/dalica\/"}]}},"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/23577"}],"collection":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/331"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=23577"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/23577\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/media\/23584"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=23577"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=23577"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/idanca.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=23577"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}